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BC prevê inflação de 6,4% neste ano, acima do centro da meta

A inflação deverá fechar o ano em 6,4%, segundo previsão do Banco Central que consta do relatório trimestral de inflação divulgado hoje. Em março, o BC previa que a inflação medida pelo IPCA (principal índice do país) neste ano chegaria a 5,2%.

Apesar de mais alta que o esperado, a nova previsão do BC para a inflação não inviabiliza a meta de inflação de 5,5% para este ano, que tem tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Ou seja, o BC terá cumprido seu papel caso a inflação fique entre 3% e 8%.

De acordo com o relatório, a elevação na expectativa está relacionada aos “efeitos da volatilidade recente no cenário externo, com realinhamento da taxa de câmbio, expectativas de pressões mais duradouras nos preços do petróleo no mercado internacional e conseqüente elevação das expectativas de inflação dos agentes para 2004 e 2005”.

Segundo análise feita pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, a mudança mais importante no cenário principal com que trabalha o BC diz respeito ao aumento da volatilidade no ambiente externo. Essa volatilidade, segundo o documento, é decorrente das incertezas que ainda persistem acerca da dinâmica que deverá seguir a política monetária nos Estados Unidos nos próximos meses.

Associado a esse cenário, estão as incertezas sobre a trajetória do preço do petróleo e com relação à possibilidade de que a economia chinesa consiga reduzir seu ritmo de crescimento de uma forma ordenada.

Apesar disso, avalia o BC, “as perspectivas para a economia brasileira no médio prazo continuam fundamentalmente favoráveis”.

2005

De acordo com o BC, entre o último trimestre deste ano e o primeiro trimestre de 2005, a inflação acumulada em 12 meses cairá. Isso porque haverá uma substituição da inflação elevada no início de 2004 (1,85% no primeiro trimestre), por uma inflação mais moderada (1% no mesmo período de 2005). O relatório destaca que há uma tendência de queda na inflação nos trimestres seguintes, “devido aos efeitos defasados da manutenção da taxa Selic em nível constante e uma projeção menor para a inflação de preços administrados”.

Para o ano de 2005, a previsão do BC é de que a inflação fique em 4,4%, abaixo do centro da meta de 4,5% estabelecida para o ano. No entanto, a nova projeção do BC é maior que a feita em março, de 4,2%.

Essas projeções do relatório consideram um cenário básico de juros estáveis em 16% ao ano e uma taxa de câmbio constante em valor próximo ao vigente nos dias que antecederam a última reunião do Copom (R$ 3,10).