As barreiras tarifárias e não tarifárias, adotadas por alguns países do mundo, impedem o etanol de se tornar uma commodity global, tal como o petróleo é atualmente.
As barreiras tarifárias e não tarifárias, adotadas por alguns países do mundo, impedem o etanol de se tornar uma commodity global, tal como o petróleo é atualmente. A avaliação é da assessora internacional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Géraldine Kutas. Isso tudo mantém o etanol como um produto pequeno e volátil.
“Se os países estão realmente empenhados em combater o aquecimento global, eles devem reconhecer os benefícios do etanol e, conseqüentemente, eliminar suas barreiras tarifárias e não tarifárias para facilitar o aumento de seu consumo”, afirmou Kutas.
Em sua apresentação, durante uma conferência sobre biocombustíveis em Dubai, nos Emirados Árabes, intitulada “O etanol vai virar uma commodity global?”, a executiva da Unica apresentou os fatores que têm contribuído para a “commoditização” do etanol, como a injeção de recursos por investidores de outros setores na indústria de cana-de-açúcar, diversificação no uso do etanol (motos, ônibus, aviões, bioplásticos, etc.) e a adoção de políticas de promoção do uso de biocombustíveis por diversos países do mundo, tanto desenvolvidos como os em desenvolvimento.
De acordo com Kutas, o etanol é um dos poucos instrumentos para a redução de gases de efeito estufa, e sua contribuição para a mitigação do aquecimento global deve ser reconhecida. “Muitos países desenvolvidos, que assumiram o compromisso de reduzir suas emissões em Kyoto, devem compreender que o uso de etanol vai ajudá-los a alcançar esta meta”, declarou.