Com um investimento de R$ 25 milhões, a Usina Barrálcool, em Barra dos Bugres (MT), pretende inaugurar em julho de 2006, a primeira unidade sucroalcooleira do mundo integrada à produção de biodiesel. “Já possuíamos uma unidade para produção de biodiesel, mas não era na mesma região da nossa usina de açúcar e álcool. Agora, com a integração, acredito que poderemos otimizar e reduzir os custos, uma vez que centralizaremos a administração das duas usinas. Além disso, todos os insumos, como energia e água, serão provenientes da planta já existente”, avalia o presidente da Barraálcool, João Nicolau Petroni.
A responsável pela construção da planta será a Dedini Indústrias de Base e o anúncio oficial está previsto para a próxima segunda-feira, dia 12. “Poderemos produzir o biodiesel a partir de qualquer oleaginosa. Com esse investimento estamos nos preparando para uma demanda de mercado, que certamente se tornará maior nos próximos anos”, explica o executivo.
A capacidade instalada da nova planta de biodiesel será de 57 milhões de litros por ano. Já a usina sucroalcooleira tem capacidade para esmagar 2,3 milhões de toneladas de cana por ano. Esse volume dá origem a 160 milhões de litros de álcool e um milhão de sacas de açúcar.
Além da fabricação de biodiesel, a planta irá contemplar uma unidade para tratamento de matéria-prima e unidade de carregamento e descarregamento. “Ainda não sabemos qual será o retorno, mas temos certeza de que a economia com custos, juntamente com a demanda pelo biodiesel , se encarregarão de viabilizar o investimento”, afirma Petroni. Além das reduções de custo, a Barrálcool pretende produzir soja juntamente à cultura de cana-de-açúcar, pois é necessário realizar a rotação de culturas para renovar os canaviais.
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Em novembro, a Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizou o primeiro leilão de biodiesel do País. Na ocasião, foram comercializados 70 milhões de litros de biodiesel. O produto foi adquirido pela Petrobras e pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Com isso, Soyminas, Brasil Ecodiesel e Granol já planejam investimentos que somados podem superar R$ 75 milhões.
Para se ter uma idéia da corrida pelo biodiesel, até outubro deste ano, apenas o Estado da Bahia já havia assinado protocolos de intenções, que combinados, somariam investimentos da ordem de R$ 175 milhões. Entre as empresas investidoras estão a Petrobras, a francesa Dagris e a Brasil Ecodiesel. Se todos os investimentos forem concretizados, a Bahia terá capacidade para produzir mais de 170 milhões de litros do combustível por ano.
