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Balança já supera janeiro de 2005

Em janeiro as exportações brasileiras continuaram tão aquecidas quanto em 2005. Até a semana passada, o aumento das vendas seguiu o padrão do ano passado -quando as exportações cresceram 22,63% com relação a 2004- somando US$ 8,4 bilhões, 19,3% a mais do que os U$ 7,4 bilhões de janeiro de 2005.

As importações cresceram 17,7% com relação ao mesmo período e foram de US$ 5,8 bilhões. Com isso, o saldo de janeiro, faltando dois dias úteis para encerrar o mês, está em US$ 2,5 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, mais do que os US$ 2,187 bilhões de janeiro de 2005.

A balança comercial apresentou, na quarta semana de janeiro, exportações de US$ 2,3 bilhões e importações de US$ 1,5 bilhão, resultando em saldo de US$ 817 milhões -o maior do mês.

Os produtos que lideraram a lista dos mais exportados, na semana passada, foram os tradicionais da pauta de vendas brasileira: aviões, aparelhos de celular, petróleo em bruto, farelos de soja, celulose e alumínio. As principais importações foram as de produtos siderúrgicos, farmacêuticos e combustíveis.

No mês, até a semana passada, as vendas de produtos básicos cresceram 49,5%, de manufaturados, 9,5% e de semimanufaturados, 6,5%, com relação a janeiro de 2004.

Preços

De acordo com a Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), os preços dos produtos básicos que o Brasil exporta aumentaram 14%, em média, no ano passado, impulsionados principalmente pelos preços do petróleo, que chegou ao pico de US$ 71 o barril, do minério de ferro, do açúcar e da soja.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, aposta que, neste ano, o aumento das vendas será bem menor do que no ano passado, algo entre 4% e 5%.

Para ele, os efeitos negativos da valorização do real ainda não refletiram totalmente no resultado das exportações.

“O setor mais sensível à valorização da moeda é o que exporta manufaturados, porque os contratos são longos, cerca de seis meses. Muitos exportadores poderão ter de reajustar seus preços de exportação e, por isso, os contratos podem não ser renovados”, afirma Castro.

Pesquisa semanal do Banco Central com instituições financeiras prevê que em 2006 a média da cotação do dólar será de R$ 2,39.