Pelo menos quatro empresas já assinaram protocolos de investimento para a instalação de plantas de biodiesel na Bahia, o que torna o Estado um dos mais adiantados na criação de um parque fabril para atender ao segmento. Os quatro projetos conhecidos superam R$ 280 milhões em investimentos.
A variedade de fontes de extração de óleo vegetal é uma das explicações para a dianteira, diz Hermínio Maia Filho, diretor de desenvolvimento da agricultura da Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) do Estado. Além de liderar a produção de mamona – em 2005 foram produzidas 135 mil toneladas -, o Estado tem grandes áreas de soja, algodão e dendê.
A primeira empresa a anunciar projeto para a obtenção de biodiesel em solo baiano foi a francesa Dagris. Ela vai investir R$ 160 milhões para produzir, inicialmente, 13 milhões de litros de combustível a partir do caroço do algodão plantado na região oeste. A planta ficará em Luís Eduardo Magalhães, a 947 quilômetros de Salvador.
A Petrobras também já assinou protocolo de investimento com o governo baiano para instalar em Candeias, distante 44 quilômetros da capital, uma usina de biodiesel. A capacidade inicial da planta será de 50 milhões de litros de biodiesel por ano e o investimento, de R$ 74 milhões.
A Brasil Ecodiesel vai investir R$ 8 milhões em uma usina de biodiesel. O projeto prevê também a construção de uma fábrica de óleos vegetais. A última a anunciar seu projeto foi a Orbitrade, que vai investir R$ 40,5 milhões para instalar uma usina em Feira de Santana, a 110 quilômetros de Salvador, com capacidade de 90 milhões de litros de combustível. A Orbitrade terá ainda uma unidade de extração de óleo de mamona e uma planta piloto de produção de biodiesel em Ourolândia, a 400 quilômetros da capital.
O número de empreendimentos do gênero pode crescer nos próximos meses. Segundo a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, que concentra os dados sobre investimentos no setor, entre os investidores que já manifestaram interesse em ter unidades de biodiesel na Bahia estão, além de brasileiros, também espanhóis e italianos.
“Mas os investimentos não devem se concentrar em mamona”, diz Hermínio Maia Filho, da Seagri. Isso ocorrerá, segundo ele, porque boa parte da produção de mamona na Bahia é consumida por Braswey e Bombrasil, esmagadoras que já atuam no Estado.