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Avançam investimentos na região Norte do País

O ano de 2002 confirmou a tendência de descentralização de investimentos produtivos no Brasil verificada em estudo da Simonsen Associados, que analisa as intenções de investimento anunciadas pelas empresas à imprensa. Conforme a Amcham Updat, apesar de concentrar mais da metade dos US$ 127 bilhões de investimentos declarados por empresas nacionais e estrangeiras no ano passado, a região Sudeste vem perdendo participação ano a ano, dando lugar principalmente ao norte do País.

O Sudeste, que em 1995 atraía 82% do capital anunciado pelas empresas, teve sua participação reduzida para 57,3% no ano de 2002. As regiões Norte e Nordeste, por sua vez, possuíam respectivamente 4,6% e 15,2% de participação no apanhado dos investimentos declarados entre 1995 e 2001. Em 2002, subiram para 11,7% e 18,2%, numa prova de que existe uma tendência real de o Brasil ser mais país e não apenas núcleos de desenvolvimento. A região Sul também teve queda de participação, com 9,8% em 2002, contra 16,1% na média entre 95 e 2001. A região Centro-Oeste permaneceu num patamar estável, com 3% do total declarado.

Pará e Bahia foram principais estados responsáveis pela maior atração de investimentos. No Pará, segundo a Simonsen, as áreas de mineração, energia e telecomunicações são os principais destaques. Já na Bahia os setores que mais demandaram investimentos são o automotivo e o petroquímico.

Do total de investimento declarado, 63,4% vieram de empresas brasileiras e 36,6% das estrangeiras, indicando claramente a redução de fluxos de capitais constatada no ano passado no mundo todo, devido à retração da economia internacional, e especialmente no País, devido aos reflexos da alta especulação sobre a transição presidencial.

Na divisão por setores, telecomunicações foi o que registrou maior queda de investimentos declarados, de 17,5% no acumulado 95/2001 -representado US$ 193 bilhões – para 7,2% no ano passado, ou US$ 27,7 bilhões). Já a área de extração de petróleo e gás passou de 2,3% no acumulado para 19% em 2002. A categoria energia, serviços de eletricidade e gás teve 21,8% de participação em 2002, com 27,7 bilhões em investimentos declarados. Outra área que teve sensível crescimento em intenções de investimento foi a de saneamento, com 1,4% de participação no total de 2002 (contra 0,1% no acumulado 95/2001), equivalente a US$ 1,7 bilhão.

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