A Petrobras acelera seus investimentos na área de biodiesel para iniciar uma produção sistemática do combustível a partir de 2006, quando terá exclusividade na distribuição da mistura de 2% no diesel. Ontem, a estatal assinou um protocolo de intenções com o governo do Mato Grosso do Sul, Banco do Brasil e Embrapa para fazer um estudo de viabilidade e implantar uma unidade de biodiesel no Estado no próximo ano.
A empresa também planeja implantar em 2006 três usinas – em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG) -, cada uma com capacidade para processar 44 mil toneladas de matérias-primas como mamona, soja, algodão, nabo forrageiro e pinhão manso.
Paulo Kazuo Amemya, gerente executivo de desenvolvimento energético da Petrobras, disse que também será avaliada a instalação de unidades no Sul do país, Goiás e São Paulo. “Todos os projetos serão realizados em parceria com empresas que possam consumir ou comercializar parte do óleo vegetal produzido ou a torta obtida do esmagamento dos grãos.”
Amemya disse que a Petrobras tem US$ 381 milhões para investir no biodiesel até 2010, mas provavelmente utilizará os recursos antes desse prazo. Somados aos aportes dos parceiros, os projetos devem chegar a US$ 1 bilhão. Até agora, a estatal investiu US$ 5 milhões em pesquisas com biodiesel.
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Atualmente, a Petrobras possui duas usinas em Guamaré (RN), que operam em fase experimental. Em março, elas irão produzir em escala comercial para atender ao Nordeste, com capacidade de 16 mil toneladas por ano.
Essas unidades e as novas usinas deverão produzir no próximo ano entre 300 e 400 milhões de litros de biodiesel. A partir de janeiro, a Petrobras irá misturar o biodiesel em diesel na proporção de 2% e será a única empresa a comercializar o produto até 2007.
A partir de 2008, quando a mistura será obrigatória, todas as distribuidoras poderão atuar no mercado. Estima-se que a demanda de biodiesel no Brasil será de 800 milhões de litros por ano. As usinas da Petrobrás terão capacidade para 550 milhões de litros por ano.
Amemya disse que a usina a ser instalada no Mato Grosso do Sul terá no mínimo capacidade para 40 mil toneladas por ano e o município mais indicado é Dourados. Ele observou que a proximidade com o rio Paraná permitirá escoar o biodiesel até a refinaria de Paulínia (SP). Também será possível escoar a produção para Buenos Aires e Montevidéu via rio Paraguai.
