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Auto-suficiência em petróleo

O Brasil tem 8,5 bilhões de barris de reservas conhecidas. Com uma produção em torno de 1,6 milhão de barris diários, o Brasil já é o 15 maior produtor mundial de petróleo.

A Arábia Saudita, com 8,5 milhões de barris diários, alcançou o 1 lugar, encontrando-se os Estados Unidos em segundo, ao produzir 8 milhões, ficando a Rússia na condição de 3 maior produtor, com 7 milhões, tendo já produzido, em 1991, mais de 9 milhões.

Em relação ao continente americano, o Brasil ocupa a 5 posição, atrás dos Estados Unidos, México, Venezuela e Canadá. Os argentinos, com 825 mil barris diários, ocupam o 6 lugar.

Quanto às reservas conhecidas de petróleo, o Brasil está em 16 lugar, com 8,5 bilhões de barris. A totalidade das reservas mundiais é de 1 trilhão de barris – os árabes possuem 26% dessas reservas, estando os iraquianos na 2 posição, com 112 bilhões (11%), e, em seguida, os Emirados Árabes (9,5%), Kuwait (9%), Irã (8,5%), Venezuela (7,5%) e Rússia (4,7%). Todas as demais nações produtoras não ultrapassam 3% das reservas.

A quantidade de petróleo brasileiro corresponderia a 14 anos de consumo, mantidos os atuais níveis de uso dos combustíveis derivados. Os iraquianos possuem a maior reserva disponível de petróleo (130 anos), o Kuwait 123 anos, os Emirados Árabes 105 anos, a Arábia Saudita 81 anos e a Venezuela 67 anos.

Tais estatísticas, contudo, são variáveis dinâmicas e não têm rigoroso valor de previsão, eis que dependem de vários fatores, tais como: densidade demográfica, eficiência do uso energético, descoberta de novas reservas e emprego de modernas tecnologias na extração do petróleo.

Quanto ao consumo, o Brasil já alcança a condição de 7 maior, com 2,1 milhões de barris/diários, estando os Estados Unidos como os 1s do ranking com 20 milhões, seguidos de Japão (5,4 milhões), China (4,8 milhões), Alemanha (2,8 milhões), Rússia (2,5 milhões) e Coréia do Sul (2,1 milhões).

No tocante ao gás natural, a presença brasileira é ainda meramente simbólica, não alcançando 1% do total das Américas (8,56 milhões de m3). Mais de 90% do consumo de gás natural no Brasil é importado da Bolívia (17 milhões de m3 diários) e chega pelo Gasbol. O Brasil paga por uma quantidade fixa de gás (take or pay), mesmo que não o consuma.

No cenário atual, não há interesse na construção de usinas térmicas movidas a gás natural, que vêm perdendo competitividade frente aos óleos combustíveis (fuel oil).

A evolução do consumo do gás natural poderá ocorrer no uso veicular (GNV).

Quanto ao álcool combustível, extraído da cana-de-açúcar, o Brasil é o maior produtor do universo (13 bilhões de litros/safra). Em face do desenvolvimento tecnológico alcançado, os industriais brasileiros estão fabricando o álcool anidro, que é misturado (25%) à gasolina, por US$ 0,19/litro, contra US$ 0,33 nos EUA e US$ 0,55 na UE.

Conforme os cálculos do prof Plínio Nastari, da FGV, o uso do álcool combustível já propiciou uma economia de divisas da ordem de US$ 52 bilhões em 26 anos, até o final de 2002. Quando considerados os juros sobre a dívida externa, a cifra alcança US$ 115 bilhões.

Diante da necessidade de reduzir a emissão de poluentes, a fabricação do álcool se justifica, cada vez mais, bem como a incrementação dos veículos flex fuel, que podem usar gasolina ou álcool, indiferentemente. Com o aproveitamento do petróleo e do álcool brasileiros, a Nação pode alcançar a auto-suficiência no consumo dos combustíveis, reservando o gás natural boliviano para os ônibus e caminhões.

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