O tempo seco em todo o Brasil, tem gerado especulações nos mercados mundiais de açúcar nas últimas semanas, já que os preços da commodity podem sofrer grandes mudanças, se de fato houver prejuízo para a produção no país. Para Pedro Henrique Verges, Analista na INTL FCStone Inc., o fator climático influencia muito o mercado, que já oscila diante do excesso de açúcar nos estoques mundiais, pelo quarto ano consecutivo.
“Certamente a seca observada no Brasil é prejudicial à cana-de -açúcar e consequentemente à produção de açúcar e etanol. Num cenário pessimista, onde não choveria muito até março e choveria durante a safra, resultaria numa significativa redução na produção de açúcar no Centro-Sul, nesse caso, o etanol continuaria ganhando espaço às custas do açúcar, o que pode sustentar as cotações internacionais, entretanto, num cenário otimista, em que as chuvas podem voltar até março daria à cana-de-açúcar, tempo de recuperar a produtividade”, explica.
Para Verges, um aspecto pouco considerado, e que em sua opinião pode ajudar o setor é o aumento do preço da eletricidade.
“Caso haja leilões com os preços recordes observados hoje, a remuneração da cogeração pode ajudar as usinas, que tem excedente vendido na rede. Importante lembrar que isso depende dos leilões de energia da MME/ANEEL, ou seja, alguns fatores anticíclicos podem atenuar as perdas das usinas, como o aumento do preço da energia e dos preços internacionais do adoçante”, pondera.