Mercado

Aumentam investimentos em cogeração de energia a partir do bagaço de cana

Após o racionamento de energia e o risco do apagão as usinas passaram a projetar mais investimentos para a otimização da produção e a cogeração de energia. Segundo José Luiz Olivério, vice-presidente de Operações da Dedini S.A – empresa que fornece máquinas e plantas de produção para o setor , as usinas de açúcar e álcool que ainda não renovaram o maquinário para fins de cogeração, com certeza estão com o projeto na mesa de decisão. Para Olivério, existe uma diferença da visão imediata e da especializada. De acordo com ele, não é só aproveitar o bagaço, minimizar o consumo de energia na própria produção do álcool e da cana, mas aproveitar melhor essa energia e o máximo do processo produtivo. “Algumas usinas estão nesse caminho, melhorando o processo produtivo e disponibilizando mais energia para vender. É uma nova atividade”, avalia.

Ele considera ainda que o aspecto institucional na venda de energia dá a garantia de retorno do investimento, destacando que é preciso que a usina tenha assegurada a venda do excedente através de contratos de co-geração, já que ela não pode ser armazenada. “É justamente na comercialização da energia que existe o retorno adequado do investimento”.

Seminário abordará o tema – Este assunto será discutido no Seminário Cana & Energia – CoGeração e Álcool Automotivo que terá como tema central o aproveitamento integral da cana-de-açúcar como importante fonte de energia na matriz brasileira. O seminário será realizado pelo INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética, nos dias 28 e 29 de agosto, no Hotel JP, em Ribeirão Preto (SP).

O vice-presidente da Dedini participará do seminário como palestrante e discutirá o tema “Desenvolvendo Integralmente o Potencial com as Tecnologias Existentes”.

De acordo com o executivo, a visão do empresariado é a de investir onde existe retorno. “Há pouco mais de dois anos não existiam condições de se ter otimização energética com o adequado retorno financeiro. Dois fatores mudaram esse quadro: o primeiro foi o desenvolvimento da tecnologia que permitisse otimizar a produção com o uso mínimo de energia e, conseqüentemente, gerando o máximo de energia excedente. Essa tecnologia foi apresentada pela Dedini em dezembro de 2000, através de novas caldeiras e equipamentos. O outro fator chegou através de uma solução institucional, quando as distribuidoras do setor elétrico passaram a comprar o excedente da energia gerado pelas usinas. Os contratos de cogeração ganharam um impulso ainda maior a partir do momento em que veio a tona a crise energética e o racionamento. Com a crise, na época, o mercado se agitou, pois o risco levou as usinas a investir”, analisa.

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