O aumento da gasolina e do diesel causou um efeito colateral indesejado no bolso do consumidor. Alguns postos de Porto Alegre também aproveitaram para reajustar o preço do etanol. A alta foi de 4,2% na comparação com a média verificada pela Agência Nacional do Petróleo há duas semanas, antes do reajuste. Cinco dos 30 estabelecimentos pesquisados estão cobrando mais.
Coordenador da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no Rio Grande do Sul, Edson Silva critica a medida.
– Não há nenhum movimento no mercado que justifique esse aumento. Quem decidiu cobrar mais pelo litro do álcool está surfando na onda do reajuste da gasolina – afirma.
Oseias Steiner, gerente de um posto no bairro Santa Cecília que está cobrando R$ 0,10 a mais pelo litro do etanol, confirma ter aumentado o preço depois do reajuste anunciado pelo governo para a gasolina e o diesel. Já Sinara Silva, que coordena um posto na Avenida Ipiranga e também elevou o preço do etanol, justifica ter tomado a medida ao perceber que outros locais estavam fazendo o mesmo.
Silva explica que apesar de “intolerável”, a elevação do preço do etanol nas bombas verificada por ZH é legal, pois o dono do posto é livre para determinar o preço do produto.
– Desde que não haja abuso – ressalta o coordenador da ANP.
A delegada Silvia de Souza, da Delegacia do Consumidor em Porto Alegre, afirma que, caso o motorista se sinta incomodado com o reajuste, a melhor alternativa é procurar um outro local para abastecer.
– Se não houver padronização de preço, não há crime – afirma.