Mercado

Até Furlan se surpreendeu

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem, na abertura do Congresso Brasileiro de Agribusiness, em São Paulo, que o resultado da balança surpreendeu e a avaliação é de que houve uma compensação nos últimos três meses. Isso nos coloca em uma situação bastante confortável em relação à meta do ano, que é de US$ 132 bilhões para as exportações. No acumulado dos 12 meses até julho foram exportados US$ 129 bilhões.

O ministro disse que há forte influência de alguns produtos, como petróleo e derivados, que devem ter superávit de US$ 3 bilhões, e produtos agrícolas. Avaliei dados de exportação que mostraram o excelente desempenho do setor entre janeiro e julho, especialmente açúcar, álcool e café. Mas, ao mesmo tempo, revelam a forte perda de rentabilidade entre grãos e oleaginosas, disse Furlan.

Mesmo diante da crise do agronegócio brasileiro e os tributos de primeiro mundo, as exportações são recordes. Furlan destacou o álcool. Foram exportados no mês passado mais de 500 milhões de litros de etanol. O volume é 100% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado, afirmou. A soja bateu o recorde de exportações em julho, mas farelo e óleo vêm puxando para baixo.

Mesmo com crise e tributos, venda de produtos agrícolas é recorde

Isso mostra que há um nível menor de processamento no mercado interno. Para o ministro, o agronegócio brasileiro vive um paradoxo porque tem imagem altamente competitiva em todo o mundo, além de ser protagonista nas negociações internacionais, mas vive uma forte crise, com perda de rentabilidade desde o ano passado.

O ministro criticou a lentidão das discussões na Comissão de Biotecnologia. O desenvolvimento e o progresso tecnológico não vão esperar as decisões burocráticas do governo. Segundo Furlan, as discussões sobre o tema são dominadas pela conotação política e ideológica.

O ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, disse que amanhã haverá uma reunião entre os ministérios com representantes na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, para discutir os principais pontos. O ministro também diz que as discussões permanecem no âmbito ideológico.

Para o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Abelardo Lupion, é fundamental o setor apresentar suas demandas aos candidatos à presidência. São mudanças de itens que podem tornar o país mais competitivo.