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Asplan alerta produtores da Paraíba sobre ferrugem alaranjada

Produtores de cana da Paraíba participaram, nesta quarta-feira (24), de uma palestra sobre prevenção, controle e diagnóstico da ferrugem alaranjada, praga que já atacou plantações de cana-de-açúcar em vários países do mundo e que já foi identificada no Brasil.

A doença foi oficializada pelo Ministério da Agricultura no início de janeiro. O primeiro foco foi identificado em Araraquara, SP, e rapidamente se espalhou para outras regiões do Estado. Ainda não existem registros da praga no Nordeste.

A Ferrugem Laranja é causada pelo fungo Puccinia Kuehnii. A doença reduz a produtividade da planta, afetando as folhas da cana-de-açúcar, reduzindo a capacidade de realizar fotossíntese e, consequentemente, de produzir sacarose em níveis satisfatórios.

Na palestra, o engenheiro agrônomo e representante da Ridesa/UFRPE, Djalma Euzébio Neto, abordou a estratégia da Rede para combater a ferrugem laranja e apresentou novas variedades que estão sendo testadas. “Não podemos perder tempo. Desde 2008 estamos, através de parcerias e convênios, testando clones e variedades que podem ser mais resistentes à doença”.

O pesquisador alertou os produtores a não transferirem material de outras regiões, sem que haja orientação e acompanhamento, como uma maneira eficaz de evitar a proliferação da doença nas plantações do Nordeste.

A Doutora em Fitopatologia e engenheira da Ridesa/UFRPE, Andréa Chaves, destacou que a melhor técnica de controle da doença é a utilização de variedades resistentes ao fungo. “É possível controlar a doença com fungicidas, mas, além de muito oneroso, a adoção dessa medida também implica em riscos ambientais, portanto, a melhor forma de controle da ferrugem laranja é mesmo a utilização de variedades mais resistentes”.

O evento foi promovido pela Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em parceria com a Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa) e do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindálcool).

“A doença se alastra pelo vento e, embora não haja registro do problema na região, o seu ingresso pode ser apenas uma questão de tempo. Precisamos de orientações como a que tivemos hoje (ontem) para combater essa possível disseminação e evitar maiores prejuízos”, disse o presidente da Asplan, Raimundo Nonato.