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Aspectos bioenergéticos são tema de pesquisas

Estudos realizados com algaroba a credenciam a ser a bola da vez no que diz respeito a descoberta de novas fontes renováveis e autossustentáveis de energia. As reservas de combustíveis estão cada vez mais escassas e o setor pode entrar em crise. Segundo Clóvis Gouveia, a composição das vagens da algaroba possui níveis de nutrientes que aceleram a velocidade das reações de biotransformação de açúcar em álcool, o que viabiliza os processos de produção e aproveitamento do recurso natural disponível em quase todos os estados do Nordeste.

Ele analisou que, para se produzir biodiesel, é necessário dispor de álcool, e é exatamente nesse ponto que entra a algaroba. Associada à mamona, por exemplo, que também está presente no semiárido nordestino, ela pode ser utilizada na produção de biodiesel. Na Universidade Federal da Paraíba, através do Departamento de Tecnologia Química e de Alimentos do Centro de Tecnologia, Clóvis está elaborando propostas que contemplam diversas áreas de regiões tipicamente produtoras de algaroba na Paraíba. O trabalho é feito em parceria com outros pesquisadores.

Entre os projetos, há ainda a proposta de criação de uma unidade multilaboratorial de apoio e desenvolvimento de produtos a partir de recursos regionais disponíveis no Estado. A ideia acaba de ser levada ao reitor da UFPB. “Além da cadeia produtiva da algaroba, que está inteiramente integrada a caprinocultura e alguns recursos naturais do Semiárido paraibano, outras vocações regionais seriam contempladas, como a cana-de-açúcar, caju, abacaxi, umbu, palma, sorgo”, contou.

Outra proposta em andamento, diz respeito a implantação de uma microdestilaria para produção de bioetanol a partir da algaroba. Seria uma fonte renovável e estratéfica para o desenvolvimento sustentável do semiárido paraibano. Já existem a tecnologia, as propostas e os produtos. “Falta apenas decisão política e apoio financeiro para começarmos a produzir riqueza a partir da algaroba, lamentavelmente tão criticada no nosso país, em função exclusivamente do desconhecimento das suas potencialidades tão bem aproveitadas em outros países”, observou o especialista.