São Paulo, O anúncio da compra do Usina Corona pelo Grupo Consan foi bem recebido pelos fornecedores independentes de cana, mas preocupa demais representantes do mercado. Para os plantadores, a maior atuação da Cosan traz segurança para os negócios, por se tratar de empresa profissionalizada, com ações na bolsa de valores e participação do capital estrangeiro no seu capital. Mas, para a Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), a operação merece observação mais atenta do governo. “Pode representar uma significativa concentração do mercado “, afirmou José Ricardo Severo, diretor do Departamento de Açúcar e Álcool da CNA.
Mas para o diretor do Departamento de Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ângelo Bressan, a expansão de grupos capitalizados e administrativamente bem estruturados é um fator positivo para o mercado. Para Bressan, não há por enquanto risco de cartel, pela elevada pulverização desse setor produtivo. Existem hoje no país cerca de 340 usinas, que processam perto de 400 milhões de toneladas de açúcar. Segundo Bressan, predominam no País usinas de tamanho médio, que processam 1,3 milhão de toneladas de cana por ano.
Mercado de capitais
A Cosan anunciou ontem que o valor da operação foi de R$ 398,6 milhões, a serem pagos prioritariamente com recursos provenientes da recente oferta pública feita pela empresa em novembro de 2005. Além de duas usinas, os ativos da Corona incluem 6 alqueires de terras e capacidade de moer 6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. “Com a aquisição, a Cosan torna-se a maior exportadora de açúcar do mundo”, disse Rubens Ometto Silveira Mello, diretor-presidente da companhia.
Para Mello, a companhia espera atuar como agente consolidador do mercado. Em dezembro, a Cosan anunciou a compra da Usina Mundial, em Mirandópolis, na região oeste de São Paulo. A compra custou R$ 105,5 milhões.