E George W. Bush lançou mesmo seu pró-álcool, no discurso sobre “o estado da união”. Não citou o Brasil, mas citaram por ele. De seu assessor Dan Bartlett, ao “Washington Post”, “Guardian”, “Times” etc.:
– Como alguns de vocês que viajaram com o presidente Bush lá para o Brasil recordam, há coisas interessantes ocorrendo lá embaixo, onde boa parte da mistura de combustível deles vêm da cana-de-açúcar. De fato, há tecnologias verdadeiramente interessantes, que mostram que podemos converter celulose e outros refugos em combustível.
Já o “New York Times” tratou de destacar em sua reportagem a “ausência”, no discurso de Bush, de um “passo óbvio”:
– Embora tenha louvado o etanol como substituto para a gasolina, Bush não mencionou a idéia de baixar as barreiras de importação de modo que países como o Brasil possam suprir os EUA. Em vez disso, sublinhou o etanol “produzido em casa”.
Da revista on-line “Slate”:
– O Brasil tem tido sucesso com um tipo mais eficiente de etanol feito de cana [em vez de milho]. Mas, num discurso cheio de críticas abstratas ao protecionismo, Bush não falou da tarifa de US$ 0,50 por galão que mantém o etanol brasileiro fora do mercado americano.
Até a agência Reuters, em seu despacho, criticou a perspectiva de ampliar a produção de etanol a partir do milho. E contrastou:
– O Brasil é o maior produtor e exportador de etanol do globo, derivado da cana. Já mistura sua gasolina com 25% de etanol e quer dobrar as exportações, de olho em EUA, Japão e Índia.
O “NYT”, apesar de Larry Rohter, gosta demais do Brasil.
No editorial sobre o discurso, “O estado da energia”, entre os elogios e as críticas ao programa energético de Bush, deu o Brasil como modelo para os EUA:
– Deveria ser um choque de humildade para os líderes americanos que o Brasil tenha se tornado auto-suficiente em energia num momento em que os EUA estão concentrados em produzir seus SUVs [veículos utilitários esportivos] cada vez maiores.
E tem mais, diz o “NYT”:
– Muito da pesquisa relativa aos carros já foi realizada -o Brasil alcançou a independência em energia descobrindo como levar seus cidadãos do trabalho para casa em veículos que se movem sem muita gasolina.