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APPA decide lacrar silo de transgênicos

O Superintendente da APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, anunciou no final da tarde de ontem que o silo público de propriedade da autarquia, que estava recebendo soja transgênica, foi lacrado e impedido de receber novas remessas do produto. A medida, segundo Requião, respeita o acordo feito entre a administração portuária e cerca de 30 operadores portuários que atuam no porto paranaense.

A transferência da soja geneticamente modificada para o silo teve início no dia 1º deste mês novembro e terminou no último sábado. Nesse período, o Silão, como é chamado, totalizou 64 mil toneladas de soja transgênica armazenada. Deste total, 19,5 mil toneladas são originárias dos armazéns da AGTL (empresa arrendatária do terminal de propriedade do Governo Paraguaio), 5,9 mil toneladas são da Cargill e pouco mais 5 mil toneladas são da empresa Pazianelo, única localizada na retroárea do Porto de Paranaguá. O restante da carga já estava estocada no silo da APPA.

Segundo a assessoria de imprensa da APPA, o único problema instaurou-se na transferência da carga de propriedade da Cargill, num total de 16,6 mil toneladas, que se negava a realizar a operação. “Após 10 dias do início das transferências, a Cargill começou a enviar sua carga para o Silão, resultando no repasse de apenas 5,9 mil toneladas de um total de mais de 16 mil”, disse Requião.

O superintendente da APPA advertiu que a carga restante depositada no armazém da Cargill e que não foi transferida para o Silão em tempo determinado não será aceita no silo público sob qualquer hipótese. “A empresa terá que tirar esta carga do Porto de Paranaguá de outra maneira, porque ela não será embarcada nos navios que estão programados. E ainda assim deverá ter uma autorização assinada pelo Governador do Estado ou pela Assembléia Legislativa, porque a lei é clara: não se pode transportar soja transgênica no Paraná”.

Toda soja estocada no Silão será embarcado numa operação contínua nos dias 24 e 25 deste mês. “Assim como aconteceu com a transferência para o Silão, não mudaremos o prazo do embarque, quando estaremos livres do produto ilegal em nossos armazéns e prontos para recebermos a soja convencional, aceita livremente no mercado externo, sem restrições. Após o embarque, faremos uma ‘limpeza’ no Porto”, disse Requião. (Fonte: ASSCOM – APPA).