Mercado

APPA apresenta planos para diminuir filas de caminhões

O superintendente da APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, reuniu-se nesta semana com os integrantes do Grupo de Trabalho, criado pelo Ministério dos Transportes, para tratar de um problema considerado crônico pelos analistas: as filas de caminhões que se formam ao longo da BR 277 em direção ao Porto de Paranaguá. O encontro contou com a presença de lideranças representativas dos caminhoneiros e transportadoras, que integram o Grupo e teve o objetivo de conhecer as ações que já estão sendo efetivadas pela APPA para minimizar o problema e, a médio prazo, dar fim a ele.

Entre estas ações, segundo Eduardo Requião, estão as melhorias no Pátio de Triagem que, ao contrário do que muitos acreditam, não deve servir como estacionamento e sim como local de triagem dos veículos. “Se o acordo firmado há alguns anos entre a Prefeitura e os terminais fosse cumprido, os caminhões teriam onde aguardar para descarregar, mas sem local apropriado utilizam o Pátio e as ruas da cidade como estacionamento”, disse o superintendente da APPA.

Outra medida que está sendo adotada pela administração portuária é a implantação de um sistema auxiliar ao Carga On Line. A partir deste ano, além do sistema informatizado, que permite o conhecimento prévio da chegada do caminhão e os prazos de descarga no porto, os usuários terão à disposição o acompanhamento em tempo real da situação do tráfego de caminhões, a ocupação do Pátio de Triagem, se o terminal portuário tem espaço disponível para receber a carga e, ainda, qual o navio programado para ser embarcado com a carga de determinado caminhão. As informações estarão disponíveis diariamente pela emissora de TV do Governo do Estado e pela Internet.

“Continuaremos trabalhando 24 horas, atingindo a marca de 100 mil toneladas embarcadas/dia. Mas, para atendermos às expectativas traçadas teremos que contar com o apoio de toda uma comunidade portuária, que deverá acompanhar o ritmo que estamos impondo para atendermos com agilidade e eficiência a movimentação de produtos e, pelo menos, mantermos o mesmo volume de cargas movimentadas em 2003, quando batemos nosso próprio recorde com mais de 32 milhões de toneladas”, destacou Requião.

No ano passado, a fila de caminhões nas rodovias do Paraná atingiu cerca de 100 quilômetros de extensão, fazendo com que motoristas permanecessem até 10 dias parados na rodovia. Em média, cerca de 3 mil caminhões chegam por dia em Paranaguá, totalizando mais de 300 mil por ano. O problema é histórico e é resultado de diversos fatores.

A falta de investimentos federais na estrutura portuária para recebimento e escoamento dos produtos, que já completa 10 anos, é um destes fatores e se soma à insuficiente capacidade de armazenagem da produção agrícola no interior, ao desrespeito à programação de chegada dos navios e ao fim do chamado período de “entre safra”. “Não existe mais isso. Se não a soja é o milho, o açúcar, o fertilizante, o trigo, entre outros produtos, que sustentam as operações durante o ano todo, sem folgas para o Porto e para os caminhoneiros. É neles que a administração também pensa, na segurança e no bem estar dos motoristas e de suas famílias. Depois de 10 anos, finalmente o Porto estará recebendo recursos federais para melhorar sua logística e minimizar esta situação”, comentou o dirigente portuário.

Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho, José Eduardo Vaz Albanese, as soluções que estão sendo alinhavadas tratam da melhoria da logística, adequação da demanda à capacidade do Porto e repressão daqueles que descumprirem as regras estabelecidas para o escoamento da safra, com a aplicação de expressivas multas. “O Ministério e a APPA têm os mesmos objetivos e os trabalhos conjuntos trarão resultados satisfatórios, mas é necessário que se faça um trabalho na logística porta a porta para conscientizar todos os usuários sobre as vantagens de se respeitar as normas que estão sendo concretizadas”, declarou Albanese.

É este trabalho porta a porta que o Presidente da Federação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos (Fenacam), Diumar Bueno, está disposto a realizar. “Vamos divulgar as medidas que vão ser implementadas pela APPA e a disposição da administração portuária em atacar este problema. O trabalho do Porto atende a expectativa dos caminhoneiros criada há muito anos”, frisou Bueno. Opinião compartilhada pelo Presidente da Federação das Empresas de Transportes de cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Luiz Anselmo Trombini. “Tivemos uma grata surpresa ao verificarmos que o Porto está adiantado para resolver esta questão. Acreditamos que neste ano não veremos os caminhões servindo de silos na BR 277”, avaliou o empresário.

O diretor-presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro, Nelson Canan, acredita que este não será o ano de manifestações por melhorias para a categoria. “Somos parceiros do Governo do Estado e estamos prontos para colaborar. Infelizmente não tivemos acesso ao governo anterior e nosso objetivos não foram alcançados, mas neste ano o que se destaca é a boa vontade do Porto e do Governo em acabar com as filas, como é o desejo dos caminhoneiros, das cooperativas, entre outros segmentos”, finalizou Canan. (Fonte: ASSCOM – APPA)