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Após cinco meses, preços agrícolas caem

O índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado -, confirmou as expectativas e encerrou a primeira quadrissemana de janeiro com variação negativa de 0,81%, ainda sob a influência, de maneira geral, da demanda doméstica mais fraca que o normal mesmo para um período de férias. Também pesaram as perspectivas de entrada em período de safra de culturas como arroz, milho e soja (variedades precoces), esta última já em fase de colheita em algumas regiões, principalmente no Mato Grosso.

Foi a primeira variação negativa do indicador desde julho do ano passado, e em relação à quadrissemana imediatamente anterior houve perda de 2,91 pontos percentuais. Com o resultado do início do mês, Nelson Batista Martin, diretor do IEA, reforça sua projeção de variação negativa para o acumulado de janeiro, o que também não acontece desde julho, quando a baixa foi de 1,88%. “Acredito em queda. Talvez até menor que esta variação da primeira quadrissemana, mas queda”, reiterou o especialista ao Valor.

A variação negativa do início do ano foi determinada pela queda média de 2,19% dos produtos de origem animal. Neste grupo, destacaram-se as baixas das aves (11,39%) e do boi gordo (0,33%). Conforme Martin, a forte queda das aves decorre justamente da demanda interna fraca e das exportações ainda em ritmo relativamente lento em 2004. O leite, no centro dos holofotes desde que eclodiu a crise da Parmalat, permaneceu estável em São Paulo, de acordo com a pesquisa do IEA.

No grupo de produtos de origem vegetal, a variação negativa média foi de 0,04%, com destaque para as retrações da banana (8,75%) e da batata (6,67%). No caso da batata, houve queda apesar dos problemas de abastecimento provocados pelas chuvas, que também afetaram as cotações pagas aos produtores de tomate do Estado. O tomate subiu 42,86% no início deste mês, e a tendência é de alta para a batata.