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Após 10 meses de queda, emprego fica estável em SP

Depois de dez meses de demissões, a indústria paulista registrou em agosto estabilidade no nível de emprego. Em números absolutos, foram abertos 1,5 mil postos de trabalho, o que representa alta de 0,07% em relação a julho, mas baixa de 0,04% em termos ajustados. Ainda que pareça pouco, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avalia que o feito merece comemoração.

Sobretudo pelo fato de a maioria dos setores industriais estabelecidos no Estado ter ampliado seus quadros. Excluindo as baixas do setor sucroalcooleiro, que demitiu 2.896 pessoas no mês, o nível de emprego teria crescido 0,21%, com 4.396 postos criados.

Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da entidade, acredita que, de setembro a dezembro, o indicador deve retomar trajetória de alta, mesmo que modesta. Não será o caso de compensar completamente a baixa acumulada de 2,51% de janeiro a agosto, mas será uma recuperação.

Para suplantar o recuo no ano, a indústria paulista teria de aumentar seus quadros em mais 0,5% ao mês até dezembro, o que é pouco provável, segundo Francini. “Talvez cresça 0,5% em um mês, e menos do que isso em outro. Na sequência seria difícil”, diz.

Mais relevante que a estabilidade apurada em agosto, a entidade destaca que a abertura de vagas se deu em 13 dos 22 setores pesquisados, fato que não era notado desde setembro de 2008, quando a crise teve início. Isso significa que as contratações estão disseminadas.

Na indústria de veículos automotores, onde o nível de emprego não subia há 11 meses, houve expansão de 0,3%, com 666 contratações no mês de agosto. O setor de papel e celulose também teve avanço de 0,5% e o de produtos diversos, que inclui indústrias de brinquedos e de óculos, entre outras, registrou alta de 1,7%, possivelmente influenciado pela produção voltada ao Dia das Crianças.

Mesmo assim, o setor de máquinas e equipamentos ainda apontou baixa de 0,2% no nível de emprego, com fechamento de 306 vagas. Em metalurgia houve queda de 0,1% no período. No setor sucroalcooleiro as baixas são sazonais e a colheita foi atrasada por conta das chuvas de agosto. (Bianca Ribeiro)