Detentor de riquezas naturais e da maior biodiversidade do mundo, o Brasil brilha cada vez mais aos olhos do mundo e, claro, de empreendedores e investidores. Diante da urgência imposta pela crise climática, das tendências globais por alternativas sustentáveis de produção e da crescente necessidade de uma economia de baixa carbono, o potencial do país para contribuir com o desenvolvimento sustentável do planeta está agora – mais do que nunca – despontando à vista de todos.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) aposta nesse caminho para o país ganhar o mundo, e de forma sustentável.
Por meio da promoção de exportações e da atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para setores estratégicos da nossa economia, a ApexBrasil vem, desde 2023, promovendo oportunidades de negócios alinhados com a biossocioeconomia – modelo de geração de renda que, além de priorizar a preservação dos recursos naturais do planeta, busca realizar a dignidade humana das populações locais.
“É um momento muito oportuno para o Brasil se destacar no cenário global, impulsionando um desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo”, afirma o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. “Estamos trabalhando para promover esse modelo, tendo a demanda externa como motor de uma produção interna mais inclusiva, diversificada e equilibrada. Não há mais como pensarmos em desenvolvimento se não for de maneira sustentável”, reforça o presidente da Agência.
Além de promover os produtos e serviços brasileiros no exterior, por meio de feiras e missões empresariais, bem como programas como o Exporta Mais Brasil e o Exporta Mais Amazônia, a Agência também tem trazido os compradores internacionais para verem de perto a produção nacional – visitando fazendas, indústrias e empresas – com o intuito de mostrar o potencial produtivo e as ações sustentáveis na prática.
Ao longo dessa semana, Jorge Viana está acompanhando o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, em missão na Arábia Saudita e na China, com foco em atrair investimentos para o Brasil e fazer parcerias para evidenciar a qualidade, a diversidade e a originalidade de produtos brasileiros nesses mercados.
Sustentabilidade presente
Desde o início da nova gestão, a pauta da sustentabilidade tem sido imperativa dentro da ApexBrasil e vem permeando todas as iniciativas internas e externas. “Todos os nossos programas e projetos estão priorizando questões relacionadas ao meio ambiente, à equidade de gênero e inclusão social”, explica a diretora de Negócios da Agência, Ana Paula Repezza.
“As empresas lideradas por mulheres, por exemplo, ganham pontuação extra no ranqueamento de seleção para os nossos diversos programas”, complementa Repezza que é também idealizadora do programa Mulheres e Negócios Internacionais da Agência. “Quando uma mulher se emancipa, toda uma rede de pessoas em volta dela se beneficia”, reforça.
Entre hoje (5) e amanhã (6), Repezza estará em Manaus – AM participando da Lac Flavors, o maior fórum de match-making de negócios para o setor de alimentos e bebidas da América Latina e Caribe, que está em sua primeira edição aqui no Brasil e é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com a ApexBrasil. Além das reuniões de negócios, o evento também inclui workshops e seminários sobre temas como abastecimento sustentável, tecnologia alimentar, certificações, comércio eletrônico, técnicas de negociação e embalagens sustentáveis.
Ao lado do BID, ontem a ApexBrasil realizou no Fórum uma reunião especial com representantes das agências latino-americanas e do caribe homólogas que estarão presentes na LAC Flavors para tratar sobre diversidade e inclusão. Saiba mais sobre a programação da Lav Flavors aqui.
Amazônia em foco
Produzir mais e melhor, vender para o mundo e manter a floresta de pé é o lema do programa Exporta Mais Amazônia que a ApexBrasil criou, no ano passado, dedicado à promoção internacional de produtos da floresta. Por meio do programa, a ApexBrasil tem desenvolvido uma série de iniciativas que levam a biodiversidade brasileira para o mundo e promovem o desenvolvimento de comunidades locais e dos povos que protegem a floresta amazônica. O programa já gerou mais de R$ 50 milhões em negócios que estão sendo reinvestidos na região.
Maior fonte de energia limpa e renovável
A transição energética é outro eixo no qual o Brasil vem se destacando mundialmente e é chave para o processo de descarbonização. Trata-se de uma meta global descarbonizar a matriz energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promovendo um setor energético mais limpo e sustentável. Em 2023, o Brasil bateu recorde de produção de energia limpa, consolidando-se como potência em energias renováveis e exemplo de sustentabilidade para o mundo. A atração de investimentos para o desenvolvimento do setor tem sido, portanto, uma das prioridades da ApexBrasil.
No mês passado, o potencial do país para a produção do hidrogênio verde, principalmente no Nordeste, foi tema de destaque durante a na World Hyrdrogen Summit & Exhibition, a maior feira de hidrogênio verde do mundo, que ocorreu em Roterdã, e reuniu mais de 15 mil profissionais da indústria de energia e mais de 500 expositores. No Pavilhão Brasil, promovido pela ApexBrasil em parceria com o Consórcio Nordeste, foi onde os players do setor puderam exibir as oportunidades do país para investimentos e parcerias na produção dessa tecnologia que pode revolucionar o mercado de energia global e induzir o desenvolvimento do Brasil. Na ocasião, o representante do Porto de Roterdã, Duna Uribe, explicou que a União Europeia pretende importar 10 milhões de toneladas de hidrogênio verde até 2030 – uma grande oportunidade para o Brasil.
A agenda na feira compôs a programação da missão do Consórcio Nordeste à Europa em busca de investimentos para a produção de energia limpa e que contou com o apoio da ApexBrasil e do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Na ocasião, eles se reuniram com os governos belga e alemão e ambos reconheceram o potencial do país como parceiro e como potência verde. “As mudanças climáticas não são um desafio brasileiro ou europeu, mas global, e queremos reconhecer o Brasil como uma superpotência verde, um parceiro na agenda de transição energética”, afirmou a comissária europeia de Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, durante o encontro.
Segundo dados do relatório Energy Transition Investment Trends 2024, em 2023, o Brasil foi o 3º país no mundo que mais atraiu investimentos em energias renováveis – mais de US$ 25 bilhões. Durante a última edição do Brasil Investment Forum 2023 (BIF), o maior evento de investimentos da América Latina, organizado pela ApexBrasil, o potencial do país para atrair investimentos na área de produção de energia renovável foi um dos destaques. Na ocasião, o presidente Lula enfatizou que as soluções para o desenvolvimento de uma indústria sustentável que o mundo está em busca estão aqui no Brasil, lugar certo para quem quer investir na produção de uma indústria verde.
Segundo Lula, o país tem a possibilidade de se transformar no maior produtor de energia limpa e renovável do planeta Terra. Ainda na última edição do BIF, empresas do setor de energia apoiadas pela ApexBrasil anunciaram quase R$ 40 bilhões de investimentos. Os aportes anunciados foram de R$ 20 bilhões em etanol de segunda geração; R$ 750 milhões em energia limpa; R$ 12 bilhões em novas plantas de biocombustíveis e R$ 4,5 bilhões para a descarbonização da indústria de fertilizantes.
Para Jorge Viana, o Brasil tem tudo para se tornar referência na questão energética. “Nós temos uma boa matriz energética e, quando trabalharmos com o hidrogênio verde e azul, vamos exportar energia. E isso é o melhor que um país pode fazer em um período de crise climática e de transição energética”, avaliou Viana.
Além do hidrogênio verde, o país também tem potencial para o desenvolvimento das fontes eólicas e solar e para o armazenamento de baterias. Recentemente, a ApexBrasil e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), celebraram parceria estratégica para atração de mais investimentos estrangeiros para o processo de transição energética no país. Segundo a Associação, nos últimos doze anos, os investimentos em energia solar no Brasil somam mais de R$ 184 bilhões.
“A proposta é alavancar mais oportunidades para o desenvolvimento industrial no setor de renováveis e aproveitar o elevado potencial brasileiro de liderar o processo global de transição energética”, afirmou Jorge Viana na ocasião da oficialização da parceria.