A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pretende estimular, inicialmente, apenas a assinatura de contratos de longo prazo entre usinas e distribuidoras envolvendo o fornecimento de etanol anidro. A afirmação foi feita hoje pelo superintendente de abastecimento da agência, Dirceu Amorelli, para quem a contratação do fornecimento de anidro deverá estimular também a oferta de hidratado.
Amorelli explicou que, atualmente, 70% do volume negociado de etanol anidro no país já têm contratos de longo prazo e o objetivo da ANP será estimular contratos de longo prazo para os 30% restantes.
A agência pretende editar em 15 dias uma resolução com regras para o mercado de etanol no país. O estímulo à contratação por prazos mais longos é uma das ferramentas para evitar problemas como o deste ano, com escassez de etanol durante a entressafra.
“Alguns efeitos [da contratação de longo prazo] já surgirão na próxima safra. Mas os efeitos completos só serão vistos na [safra] do outro ano”, afirmou Amorelli, que participou da posse de Helder Queiroz e Florival de Carvalho na diretoria da ANP. “Devemos ter ainda uns dois anos de aperto na oferta de etanol”, acrescentou.
A expectativa de Amorelli é conseguir que pelo menos 90% da produção tenha contratos de longo prazo, o que já “garante uma previsibilidade” para a produção.
O superintendente lembrou ainda que a demanda por combustíveis continua elevada no país. Entre janeiro e abril, a alta foi de 3,9% frente a igual período do ano passado, enquanto o diesel cresceu 3,8%.
“O diesel é um bom balizador do mercado”, afirmou.
(Rafael Rosas | Valor)