Mercado

Aneel encurta distância entre fornecedor e consumidor

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, realizou em Maio deste ano, uma audiência pública que resultou na Nota Técnica 69, onde estabelece a inserção de COMERCIALIZADORAS no interrelacionamento entre as fornecedoras de biomassa e os consumidores de energia.

Na prática, esta Nota Técnica permitirá que as COMERCIALIZADORAS se tornem mais presentes no mercado de fonte incentivada, uma vez que poderão comprar energia diretamente dos produtores independentes de fontes renováveis, explica Barsanulfo Xavier Filho, coordenador da área de energia renovável da União Energia.

A expectativa é de que a Aneel regulamente esta decisão em breve.

Xavier lembra que esse é um pleito antigo das COMERCIALIZADORAS de

energia, dentre as quais a União Energia está inserida.

Havia um descasamento entre a fonte fornecedora e o consumidor final.

“Após a regulamentação da nota técnica, as COMERCIALIZADORAS

poderão comprar energia e constituir um portfólio de clientes. A União

Energia, por exemplo, funcionará como facilitador entre o gerador e o

consumidor”, diz Xavier.

Fundada em 2001, a União Energia trabalha intensamente com usinas de açúcar e álcool que exportam energia ao Sistema Interligado Nacional através de processos de cogeração de energia, cuja fonte é o

bagaço da cana, incluindo PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e também participa de pesquisas de novas tecnologias de geração de

energia, como por exemplo, células de combustíveis com energia oriunda da vinhaça. “Estamos continuamente focados em fontes enováveis”,acrescenta.

A geração de energia a partir do bagaço de cana possui um enorme

potencial no Brasil. Hoje representa um volume negociado no mercado livre em torno de 850 MegaWatts. A capacidade instalada das usinas do país, cerca de 320 unidades em todo Brasil, está entre 2.500 e 2.800 MegaWatts.

“Somando o potencial de geração de todas essas usinas pode-se atingir a capacidade equivalente ao mesmo volume gerado pela Usina de Itaipu”,

afirma Barsanulfo. Atualmente, a maioria das usinas de açúcar e álcool do país é autosuficiente na produção de energia. A

maior parte das usinas investe significativamente no aumento da

capacidade de produção de energia, com a finalidade de comercializar o

produto no mercado livre.

Nova resolução da Aneel possibilitará maior flexibilidade e rendimento para os cogeradores

De acordo com Barsanulfo Xavier Filho, especialista em co-geração da empresa União Energia, a nova resolução da Aneel assim que aprovada,

facilitará as operações entre consumidores acima de 500 kW e Produtores Independentes no mercado livre, incentivando ainda mais a bioeletricidade e aumentando o leque de oportunidades às empresas

co-geradoras de energia, como as usinas e destilarias.

Além da atual valorização de seus principais produtos e com erspectivas de crescimento nos próximos 10 anos, as usinas e destilarias brasileiras poderão comercializar a energia co-gerada no livre mercado, também em leilões no ambiente regulado, obtendo rentabilidades tão expressivas quanto as obtidas com as commodities açúcar e álcool.

Com a livre negociação de preços, gera-se a possibilidade de melhores ganhos, visando transformar este enorme potencial energético em

resultados concretos para as usinas.

A co-geracão que até pouco tempo atrás era vista como um sub-produto, hoje representa uma fonte de renda importante para maioria das unidades produtoras do Brasil, sendo que, a sua implementação

exige cuidados essenciais para se obter o retorno adequado sobre o investimento, e neste momento os empresários do setor sucroalcooleiro necessitam de uma maior concentração.

A equação: potencial versus lucratividade, esbarra na falta de experiência e expertise para ensurar a estrutura necessária de como atingir os objetivos e resultados concretos na comercialização de

energias renováveis. O resultado dessa conta é que as unidades co-geradoras necessitam, em geral, de agentes facilitadores nesse processo de comercialização de energia.

Uma das empresas que tem suprido esta lacuna no mercado de comercialização e consultoria de fontes de energias renováveis é a União Energia, que além de ser credenciada pela Aneel, requisito indispensável neste tipo de ação, possui a expertise para auxiliar

tanto as empresas geradoras quanto as consumidoras neste processo todo.

“Este é um mercado dinâmico e exige celeridade e alto conhecimento. Apenas quem está no setor consegue agilizar os processos, e como temos amplo conhecimento oferecemos uma assessoria adequada às

empresas, especialmente as co-geradoras”, lembra Barsanulfo.

O próprio Barsanulfo é um destes agentes facilitadores, uma vez que é pioneiro em co-geração de energia no Brasil e possui experiência em todos os setores do mercado de energia. Recentemente foi convidado para palestrar no Gegis – Grupo de Estudos em Gestão Industrial.

Na ocasião, fez uma retrospectiva da biomassa nos anos 80 e 90 e abordou o crescimento explosivo da bioeletricidade no Brasil. Mostrou ainda as dimensões tecnológica, econômica, institucional e de

regulação, e a participação na matriz energética nacional.

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