Os analistas do banco de investimentos Merrill Lynch acreditam que o momento é favorável para o mercado de açúcar e etanol, com projeções ampliadas para o preço dos contratos negociados no mercado internacional. No entanto, os papéis brasileiros do setor não devem se beneficiar desta escalada.
Para a instituição, mesmo com as perspectivas favoráveis para o segmento, as ações de Cosan, São Martinho e Açúcar Guarani já se encontram justamente precificadas, sendo que apenas as últimas receberam recomendação de “compra”.
Ciclo de altas para a commodity?
Com as expectativas de declínio no suprimento, que apresentava elevadas proporções – com o auxílio da considerável elevação da produção indiana, os analistas apostam em um ciclo de altas para o preço da commodity.
Internamente, o cenário é ainda mais favorável. O consumo doméstico de etanol deve guiar a demanda no mercado local, com a crescente evolução na procura por veículos “flex”.
Mesmo depois do avanço de 15% dos contratos de açúcar nos últimos dois meses, os analistas da Merrill Lynch acreditam que há espaço para novas valorizações, especialmente no segundo semestre de 2008.
Estas expectativas estão embasadas na redução da produção indiana e maior foco dos produtores brasileiros no mercado de bio-combustíveis. Os dois países respondem pela liderança do mercado global.
Pouco benefício para os papéis
Em meio a este cenário o rumo esperado para os papéis do setor seria ascendente, mas os analistas da instituição não acreditam em grandes benefícios, vendo os ativos brasileiro justamente precificados.
A melhor opção do setor, na avaliação do banco, são os papéis da Açúcar Guarani, os únicos com sugestão de compra. A maior exposição às oscilações do preço do açúcar foi o fator determinante da avaliação mais favorável.
Para os ativos, é projetado um preço-alvo de R$ 14 para o final de 2008, valor que gera potencial de valorização de 37% sobre a cotação do fechamento do pregão da terça-feira (29).
Já em relação à Cosan e São Martinho, a recomendação aos títulos é “neutra”, tendo em vista o preço considerado justo dos ativos nos patamares atuais e os riscos envolvidos ao investimento, que envolvem a governança corporativa da Cosan e o prêmio alto já verificado sobre os ativos da São Martinho.