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Analistas divergem sobre resultado trimestral da Cosan

As vendas da Cosan deverão manter o crescimento no primeiro trimestre do ano-safra 2012/13 (abril a junho), mas analistas consultados pelo Valor divergem em relação à linha final do balanço da companhia. Enquanto duas instituições estimam prejuízo líquido para o período, outra prevê lucro líquido. A valorização do dólar sobre o real deverá afetar os resultados da empresa. O balanço da companhia será divulgado hoje, após o fechamento do mercado.

Os bancos Bradesco e Deutsche estimam prejuízo líquido médio de R$ 16,5 milhões de abril a junho. Já o HSBC prevê lucro líquido de R$ 144 milhões. No primeiro trimestre do ano passado, a companhia registrou ganho de R$ 2,29 bilhões (levando-se em conta a formação da Raízen). O lucro líquido ajustado ficou em R$ 167,5 milhões. Apesar do cenário pouco otimista para o primeiro trimestre da safra, as instituições continuam olhando a Cosan como ativo atraente, sobretudo pelo seu recente movimento de diversificação dos negócios.

De acordo com a média calculada com base em projeções dos três bancos – Bradesco, HSBC e Deustche Bank -, a Cosan deverá encerrar o seu primeiro trimestre com receita líquida média de R$ 6,24 bilhões, um aumento de 20% sobre o mesmo período do ciclo passado – de R$ 5,19 bilhões.

O Ebitda médio, com base nas projeções das três instituições, deverá ficar em R$ 459,6 milhões no trimestre, um recuo de 8% sobre igual período do ano passado – de R$ 502 milhões.

As três instituições acreditam que o movimento de diversificação da Cosan foi positivo. A companhia, que era originalmente produtora de açúcar e álcool, passou a atuar em distribuição de combustíveis com a compra da Esso em 2008 e a joint venture formada com a Shell, para a criação da Raízen, em 2010, e consolidada para os resultados em 2011. O grupo também atua em logística, por meio da Rumo, e neste ano anunciou a compra de 60,1% da Comgás. A Cosan Alimentos foi vendida em maio para a Camil – o grupo passou a deter 11,7% do negócio. Neste ano, a companhia também fez oferta para entrar no bloco de controle da ALL.

Considerando a análise individual de cada banco, o Bradesco prevê para o primeiro trimestre receita líquida de R$ 6,18 bilhões, alta de 19% sobre igual período do ano anterior. O Ebitda é estimado em R$ 420 milhões, queda de 16%, e o prejuízo líquido em R$ 21 milhões. Na divisão Raízen Energia, que responde pela produção sucroalcooleira, os resultados são afetados pelo atraso da colheita de cana no Centro-Sul do país. As margens para a Raízen Combustíveis devem ser fortes como no trimestre anterior. Para a Rumo e Cosan Lubrificantes, as margens deverão se manter atraentes.

O Deustche prevê receita líquida de R$ 5,94 bilhões para a Cosan SA, alta de 14% sobre igual período do ano passado. O Ebitda ajustado é estimado em R$ 409 milhões, recuo de 19%. A instituição prevê prejuízo líquido de R$ 12 milhões.

O HSBC prevê receita líquida de R$ 6,59 bilhões, alta de 27,1% sobre igual período do ano passado. O Ebitda é esperado em R$ 550 milhões e para o resultado final é projetado um lucro de R$ 144 milhões. (MS)