A coordernadora da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), Lisa Jackson, defendeu nesta terça-feira a adoção dos biocombustíveis em um evento promovido pelo governo brasileiro na conferência climática da ONU, em Copenhague. “Os biocombustíveis são importantes para que os EUA consigam eliminar sua dependência de combustíveis fósseis”, disse.
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A funcionária americana deixou claro que seu país ainda não têm projetos independentes de produção de biocombustíveis e aposta em uma parceria com o Brasil. “Juntos, Brasil e EUA podem trabalhar melhor para o desenvolvimento desse tipo de energia”, afirmou. “Trabalhamos com nove países na pesquisa, desenvolvimento e produção de biocombustíveis, mas o Brasil é nosso principal parceiro e líder mundial nesse setor.”
Lisa afirmou que a EPA também “trabalha em parceria com o Brasil para entender o potencial de redução das emissões dos gases do efeito estufa com a adoção de biocombustíveis, bem como para garantir que sua produção seja socialmente responsável”.
Segundo ela, os biocombustíveis são importantes para o desenvolvimento da estratégia de segurança energética do governo Obama, especialmente depois de a EPA ter declarado oficialmente na segunda-feira que o dióxido de carbono (CO2) e outros gases são uma ameaça ao meio ambiente e à saúde. “A demanda por combustíveis mais limpos deve aumentar rapidamente nos EUA com o anúncio, e já existem projetos de lei que buscam aumentar a quantidade de etanol nos combustíveis comuns.”
O encontro, intitulado “A contribuição dos biocombustíveis para a mitigação da mudança climática”, ocorreu no segundo dia da conferência na sala Victor Borg do Bella Center e teve como principais temas a bioenergia e a mudança do clima. O painel buscou esclarecer questões relacionadas à bioenergia como fonte energética de baixa emissão de gases do efeito estufa. Especialistas e cientistas brasileiros e mundiais que se dedicam ao tema ofereceram respostas aos principais negociadores da COP15, contribuindo com informações consistentes para embasar o processo negociador.
O evento foi presidido pelo subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia, embaixador André Mattoso Maia Amado, que se disse “feliz com a atenção dada ao esforço brasileiro no setor de biocombustíveis”. Segundo ele, o encontro não teve o objetivo de criar mercado para o produto brasileiro, mas sim “vender a ideia do biocombustível como uma alternativa de energia limpa e renovável ao mundo”.