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Alta Mogiana otimiza corte, carregamento e transporte

A utilização de computadores de bordo nos 57 treminhões da frota própria, a implantação de eficientes sistemas de controle de tráfego e de gerenciamento de custos e o projeto 100% Cana revelam que a otimização chegou ao CCT —Corte, Carregamento e Transporte da Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra (SP). “Os apontamentos são feitos pelos motoristas por meio de caneta ótica. Eliminamos as anotações no campo”, informa Élcio Barbosa Lima, chefe do departamento de transporte da usina. O baixo custo de manutenção, devido à renovação constante da frota – a maioria dos veículos é de 2001 e 2002, é outro indicador positivo. “Temos um dos menores custos de CCT”, diz Élcio.

Todas as atividades nessa área são gerenciadas pela própria usina, incluindo os 15,5% da cana fornecida por terceiros — ou seja, aproximadamente 340 mil toneladas por ano. A usina tem, no total, uma moagem de 2,2 milhões de toneladas anuais “Não enfrentamos problemas por causa da interrupção dos serviços nos finais de semana, como ocorre nos casos de terceirização. O corte, o carregamento e o transporte são feitos 24 horas por dia, em três turnos. Por isso, trabalhamos com estoque zero de cana”, afirma o chefe do departamento.

Para que o CCT funcione com eficiência, a Alta Mogiana implantou o Sistema Integrado de Logística da Colheita de Cana — Silcc, que faz o planejamento da distribuição de equipamentos nas lavouras da usina, simula a alocação automática da frota — conforme as necessidades diárias — e realiza o monitoramento e controle operacional por meio de um módulo de animação gráfica. “Na prática, esse sistema ajuda na tomada de decisões estratégicas e operacionais em todos os turnos. Se houver problema com uma máquina em uma frente de trabalho, o Sillc indica as melhores opções de redistribuição das colhedoras. As simulações aparecem na tela do computador”, exemplifica o engenheiro elétrico Mauro Herter Hahn, criador do Silcc e responsável pela implantação do sistema na Alta Mogiana.

O sistema planeja e controla o tráfego, trabalhando com dados operacionais bem detalhados como quantidade e tipo de equipamentos disponíveis na usina — incluindo caminhões, carregadoras, colhedoras, tratores e reboques —, diferentes tempos operacionais para as carregadoras e colhedores nas diversas frentes de corte, restrição dos tipos de caminhão que podem se dirigir a cada frente, utilização do sistema de transbordo em algumas frentes para carregamento de cana, etc. “O Silcc busca minimizar os tempos perdidos em filas, aumentando a eficiência operacional dos equipamentos e consequentemente reduzindo os custos do transporte”, enfatiza Mauro Hahn, que fez mestrado e doutorado em Otimização de Sistemas na Unicamp — Universidade Estadual de Campinas .

Sistema integrado possibilita redução da frota

“A maioria das usinas trabalha com uma frota superdimensionada. Devido a dificuldades em fazer planejamento adequado, elas acabam aumentando o número de veículos com medo de ficar sem cana suficiente para a moagem. Com o Sistema Integrado de Logística da Colheita da Cana, a empresa vai poder, na safra seguinte, reduzir a frota ou ampliar a quantidade de cana transportada”, garante Mauro Herter Hahn. Ele ressalta que a interatividade do Silcc permite o aproveitamento de todos os recursos disponíveis nessa área. “O próprio gerente do setor atua como um consultor do sistema. Eu presto serviços na implantação do Silcc e depois faço o acompanhamento de sua aplicação”, esclarece o engenheiro.

Para gerenciar custos, o CCT encontra, também, na informática um aliado importante. O Sistema de Manutenção — Sisma, um software desenvolvido pela Assiste, de Piracicaba, possibilita o acompanhamento de todas as despesas com manutenções, combustíveis e de todos itens necessários para a operacionalização da frota. Esse programa pode ser utilizado juntamente com os Sistemas de Controle de Operadores, Mecanização, Mão-de-Obra e Agrícola —Sisagri, um software que permite o monitoramento das operações mecanizadas. “O Sisagri cria condições para a análise da viabilidade técnica e econômica dos mais diferentes tipos e modelos e equipamentos nas mais diversas operações, desde o plantio até a entrada da cana na indústria”, afirma Adilson Martins Pereira, consultor técnico da Assiste.

“É importante ter, hoje, de forma rápida e precisa, informações sobre o número de colhedoras e carregadoras em operação, num deteminado momento, além de saber qual a produtividade obtida e quantos caminhões são necessários para transportar a cana colhida. O tempo que a cana permanece cortada no campo ocasiona perda de açúcar e comprometimento do produto final”, observa Adilson. Para maximizar os ganhos em eficiência, a Usina Alta Mogiana, além de utilizar o Silcc, o Sisma e o Sisagri, implantou o projeto 100% Cana. “O objetivo é trazer para a indústria a menor quantidade possível de impurezas vegetais e minerais”, diz Élcio Barbosa, chefe do departamento de transporte.

O projeto estabelece metas que implicará — caso não sejam cumpridas — em perda de 5%, por ocorrência, no valor pago por produtividade. Na colheita mecanizada, a meta é transportar, no máximo, quatro quilos de terra por tonelada de cana e na colheita manual, o limite é três quilos. “Temos feitos treinamentos para melhorar o desempenho. O operador de carregadora, que obteve o melhor índice (2,8 quilos de terra) participa de reuniões para a orientação de outros funcionários da área”, observa Élcio.

Serviço

Assiste – Piracicaba – SP [email protected]

Mauro Herter Hahn – Santa Maria – RS [email protected]

Usina Alta Mogiana – São Joaquim da Barra (SP) (16) 3810-1000

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