A alta nos preços do petróleo teve um impacto limitado no núcleo da inflação e nos salários das maiores economias do mundo, de acordo com relatório divulgado ontem pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
“Até o momento, o impacto negativo das turbulências no mercado de petróleo teve magnitude limitada”, disse Jean-Philippe Cotis, economista-chefe da OCDE, sediada em Paris. “A alta de 42% do petróleo este ano não é suficiente para reverter o momentum econômico detonado com a guinada nos lucros corporativos e nos gastos.”
Em seu relatório econômico para este ano, a OCDE reduziu a previsão de crescimento dos EUA de 4,7% para 4,3%, mas elevou o crescimento da zona do euro, de 1,6% para 2%, e do Japão, de 3% para 4,4%.
A organização citou o aumento nas exportações e nos investimentos corporativos como razão por trás desse aumento nas projeções. No caso americano, a redução se deveu ao fato de os cortes de impostos estarem “perdendo o efeito” no país, enquanto, ao mesmo tempo, a confiança continua em baixa e o desemprego, alto.
Segundo a OCDE, a Alemanha deverá crescer 1,7% este ano, contra projeção anterior de 1,1% . Já a previsão para a França subiu de 2% para 2,7%. No caso do Reino Unido, passou de 3,1% para 3,7%. A OCDE aumentou também sua projeção para a Itália, de 0,9% para 1,3%.
A elevação das estimativas da entidade se alinha com declarações recentes de BCs nos EUA, na Europa e no Japão, de que a desaceleração no segundo trimestre e os custos altos com petróleo não seriam suficientes para atrapalhar o processo de recuperação econômica.
Em discurso na Basiléia, anteontem, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), o francês Jean-Claude Trichet, disse que a recuperação econômica está “confirmada” e poderá se fortalecer no terceiro trimestre. O BCE prevê expansão de 1,9% na zona do euro.