Os combustíveis deram uma trégua para os consumidores nas últimas semanas. Levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em postos de gasolina mostra que os preços médios do etanol caíram 15,8% no país na primeira semana de junho, ante a primeira semana de maio. Já o preço médio da gasolina, que contém 25% de etanol anidro, recuou 4,2% no período. Mas o consumidor que quiser economizar precisa ficar atento às diferenças de preços nos diversos pontos da cidades.
Numa pesquisa de preços em bairros da Zona Sul, da Zona Norte e no Centro do Rio, com dados da ANP até 4 de junho, a diferença de preços no litro do etanol pode ser de até 27,27%. Este é o caso da diferença entre o litro do álcool no posto Jaguar (sem bandeira, por R$2,039 na semana passada), em Vila Isabel, e no Nina Auto Posto (R $2,595) da Cosan, no Flamengo. Mas, numa mesma região, as diferenças, ainda que menores, também aparecem. Na Barra, por exemplo, quem abasteceu no Posto Linha Amarela, da Ipiranga, pagou R$2,399 pelo litro do álcool — 14,7% a mais do que o cobrado no posto São Francisco da Barra (sem bandeira).
Com a gasolina, o cenário se repete, com menos intensidade, e as diferenças chegam a 14,51% nas áreas pesquisadas. É o que se observa quando são comparados os preços da gasolina, na semana passada, dos postos Nina Auto Posto da Cosan, no Flamengo (R$3,195) e São Francisco da Barra (sem bandeira, por R$2,790). E na mesma região, no Jaguar (sem bandeira), em Vila Isabel, o litro da gasolina sai a R$2,849 — 8,0% a menos do que no Auto Serviço Fantasminha da Ale, na Tijuca.
— Com os preços menores, os clientes acabam voltando. E os preços do álcool podem ficar menores nas próximas semanas — comentou um frentista do Posto Palácio Guanabara, da Cosan, em Laranjeiras.
De fato, a ANP prevê mais quedas graduais dos preços dos combustíveis. Isso porque cresce a oferta de etanol nas unidades produtoras a preços mais baixos, por causa do período de safra da cana-de-açúcar na região Centro-Sul. E, como o preço da gasolina é influenciado pelo etanol, a gasolina também deve ficar mais em conta.
— Os combustíveis foram importantes para desacelerar a inflação nas últimas semanas. Em junho, o preço do álcool ampliou sua queda de 11,25% para 13,72% — comentou André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Apesar dos preços menores, o combustível ainda pesa — e muito — no orçamento das famílias brasileiras. Nos últimos 12 meses terminados em maio, o preço da gasolina acumula alta de 12,62% e o do etanol, 34,43. E, no ano, já subiram 10,51% e 16,22%, respectivamente.