Mercado

Alimentação: Qualidade de vida aos colaboradores de Usinas

A imprensa noticia mortes, abusos maus tratos de cortadores e os empresários/usineiros que geram cerca de 190 mil empregos na categoria para a colheita manual, se transformam em senhores de escravos.

Mas a realidade não é bem essa. Qualidade de vida dos colaboradores das usinas é uma preocupação que chegou ao segmento, que investe cada vez mais em recursos humanos. Isso se pode notar no movimento das empresas de alimentação coletiva em direção a esse mercado com enorme potencial. Novas plantas inauguram todos os meses, no interior de São Paulo ou no centro-oeste, com centenas de trabalhadores que precisam se alimentar bem, para produzir mais e viver melhor.

Para atender o segmento, as empresas de alimentação tiveram que desenvolver produtos e serviços diferenciados. Para o campo, é utilizado o termo-prato, que é a refeição produzida em um restaurante central e acondicionado em recipientes térmicos, transportados até o campo, para consumo. O termo-prato é montado como em uma linha de produção, que pode ser manual ou mecanizada.

A nutricionista Simone de Oliveira, que administra o restaurante da Usina Furlan, de Santa Bárbara D’Oeste (SP), conta que, para satisfazer as necessidades calóricas das pessoas que trabalham no corte, as refeições são bem diferentes das servidas em um escritório. “Muito carboidrato e proteínas e uma quantidade de alimento que uma pessoa que trabalha sentada o dia todos teria problemas se consumisse”, diz ela.

Outra preocupação é quanto a preferência destes consumidores. “Desenvolvemos receitas típicas do Nordeste e Minas Gerais para atender as preferências de nosso público. O Baião de Dois é campeão dos pedidos”, conta Simone.

Mas existem outras peculiaridades. Thomas Costa, Diretor de Desenvolvimento da Nutrin, empresa especializada em refeições coletivas, com sede em Americana (SP) explica que, além dos trabalhadores do corte as usinas têm outros públicos. “Temos que servir os trabalhadores da moagem e dos escritórios. Ou seja, diferentes necessidades, tanto em valores calóricos como em paladar. Além disso, existe uma diferença muito grande do número de refeições entre safra e entresafra”.

Segundo Costa, esse perfil de empresas vai passar em breve por uma transformação profunda. “Sabemos que com a mecanização da colheita, o perfil dos trabalhadores vai mudar e, em conseqüência, os serviços e produtos de alimentação vão ter que acompanhar essa evolução”.

Fonte: Patricia T. Teixeira – Jornalista

Nutrin – 19 3475-7300