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Alfa Laval cresce com investimentos em biomassa

Negócios na área de energia ajudaram a companhia a ampliar em 25% os pedidos no Brasil. A Alfa Laval- uma das maiores fabricantes mundiais de trocadores de calor – obteve crescimento de 28% no Brasil em 2005 e encerrou o ano com US$ 47,3 milhões em pedidos. Em visita ao País no mês passado, o CEO do grupo, Lars Renström, disse que o bom desempenho é resultado principalmente dos negócios na área de energia, que abrangem equipamentos de produção de bioetanol e biodiesel.

“É um setor que vem apresentando um crescimento muito forte, principalmente nos Estados Unidos e no Brasil. Os Estados Unidos têm atualmente 60 unidades de produção de bioetanol instaladas e planejam construir mais 60, ou seja, dobrar a capacidade de produção que mantém atualmente”, afirmou Renström.

“O Brasil é considerado uma referência nesse setor em função do alto grau de desenvolvimento tecnológico e por ter uma parcela tão grande de carros movidos a álcool”, acrescentou o CEO.

Expansão na AL

O resultado brasileiro representa metade da soma obtida na América Latina, região em que a companhia registrou crescimento de 43% nos últimos dois anos, segundo a empresa. As vendas latino-americanas são 5% do total mundial.

De acordo com dados da unidade brasileira, os resultados na região estão acima da média do grupo, em parte devido à forte rede de prestação de serviços estabelecida na América Latina. A Alfa Laval tem unidades de vendas e serviços no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela e México além de agentes e distribuidores nos demais países da região. A expectativa da empresa é de que a estabilidade política mantenha em crescimento as atividades nos países latinos.

Renström disse que a companhia vê com otimismo o mercado brasileiro e latino americano e tem projeções audaciosas para outros mercados: espera, por exemplo, dobrar o crescimento das vendas na China e também na Índia em 2006.

Receita de US$ 2,5 bilhões

Criada na Suécia há mais de 125 anos, a empresa é líder mundial na venda de trocadores de calor usados por diversos setores da indústria, entre eles o cervejeiro, de açúcar e álcool, óleo vegetal e alimentos em geral. Na carteira de clientes estão empresas como Unilever, Nestlé, Bunge, Cosan e Petrobras, informou o CEO.

A Alfa Laval tem fábricas em cerca de 50 países. Os principais mercados do grupo são Estados Unidos, China e Alemanha. Em 2005, a companhia vendeu US$ 2,5 bilhões, o que representou um crescimento próximo de 10%. A expansão resultou principalmente das encomendas no setor de energia e relacionados, que subiram aproximadamente 25%. A maior parte desse crescimento foi proveniente do Japão, China, Coréia, Oriente Médio, Brasil e Rússia. “O incremento no número de pedidos foi muito forte”, afirmou Renström. Os altos preços dos combustíveis foram importantíssimos para o nosso desempenho”, disse.

No Brasil, a área de energia também foi o destaque, principalmente na venda de componentes de equipamento de produção de etanol e de transferência de calor na extração de petróleo, nas etapas do processo que requerem resfriamento ou aquecimento.

A empresa está no Brasil há cerca de 50 anos e mantém aqui 150 funcionários “Temos competência local em design e engenharia entre nossos funcionários. Essa é uma das nossas prioridades: ter presença local nos países em que atuamos, para entregar o produto ao nosso cliente de maneira mais rápida e eficiente. As condições macroeconômicas têm sido estáveis, o que gera um clima favorável para investimentos, que é do que precisamos”, afirmou o CEO.

A fábrica brasileira exporta trocadores de calor para países da América Latina desde 1997, com vendas para a Argentina, Chile e Peru. Segundo dados da empresa, a Suécia, país sede da Alfa Laval, é compradora de 10% das exportações brasileiras de etanol. “O Brasil é considerado uma referência nesse setor em função do alto grau de desenvolvimento tecnológico e por ter uma parcela tão grande de carros movidos a álcool”.

kicker: Empresa fatura US$ 2,5 bilhões por ano, mas América Latina responde por apenas 5% da receita mundial