Pradópolis, SP, 20 – O presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, se disse surpreso e impressionado com o modelo de produção de açúcar, álcool e energia limpa brasileira, a partir da cana-de-açúcar. Ele visitou nesta manhã a Usina São Martinho, em Pradópolis (SP), que, na safra 2005-2006, tornou-se a maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, com 7,13 milhões de toneladas moídas.
Ao ser indagado se o álcool seria um substituto mundial à gasolina, como ocorre no Brasil, Wolfowitz foi cauteloso. Depende da escala e, claramente, o Brasil produz álcool em escala. Mas o modelo brasileiro é um exemplo (para outros países) do potencial real de expansão, disse.
Ele lembrou ainda que o etanol é competitivo com o barril de petróleo, custando entre US$ 30 e US$ 40. Wolfowitz segue agora para São Paulo, onde se reunirá com empresários.
Para o presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, a visita de Wolfowitz é emblemática para que o Banco Mundial possa ajudar a desenvolver em países pobres um programa semelhante ao Proálcool brasileiro. Não esperamos o apoio do Banco Mundial ao nosso programa, pois isso já aconteceu na década de 70, disse Carvalho. O modelo brasileiro pode ser implantado, por exemplo, em países da África, que têm vários problemas sociais, mas um clima e latitudes semelhantes ao nosso, acrescentou.
Já o diretor-presidente do Grupo Cosan, Rubens Ometto Silveira Melo, considerou importante a chancela do Banco Mundial e afirmou que a instituição e alguns de seus braços financeiros podem ajudar na infra-estrutura, principalmente, hidroviária e ferroviária, para o escoamento da produção de açúcar e de álcool. Ometto lembrou que a International Finance Corporation (IFC), um dos braços do banco, atuou no processo de abertura de capital do Cosan e é um dos vários acionistas do conglomerado de empresas.
Além de conversas com o setor produtivo de açúcar e álcool, Wolfowitz se reuniu com produtores independentes de cana-de-açúcar da macrorregião de Ribeirão Preto, entre eles Paulo Rodrigues, filho do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Além de explicarmos as razões da competitividade do Brasil, nós deixamos claro que a produção de açúcar e álcool é exemplo de energia limpa, que colabora com a redução da emissão de CO2 (gás carbônico), disse Rodrigues.