A gasolina deixou de ser o principal combustível dos veículos leves no Brasil, trocando de lugar com o álcool, que já abastece mais de 50% dos carros em circulação, afirmou ontem o diretor da Área Financeira da Petrobras, Almir Barbassa.
– Realmente a gasolina virou combustível alternativo. É agora o que era o álcool antes – afirmou Barbassa.
De acordo com o executivo, o grande desenvolvimento do processo produtivo na indústria de cana-de-açúcar durante os últimos anos fez com que o combustível chegasse hoje a um valor para venda muito atrativo.
No início do mês, durante o Ethanol Summit, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, já havia abordado a questão e divulgou na ocasião estimativa da empresa de que o mercado de gasolina para veículos leves deverá cair para 17% do total até 2020.
Ma s Barbassa disse que a empresa não está muito preocupada com esse aspecto do mercado, mesmo considerando os planos de construção de cinco novas refinarias no Brasil para os próximos anos.
– Estamos conscientes de que o álcool vai tomar mais espaço. Estamos preparados para isso – afirmou.
Barbassa lembrou que o foco principal das novas refinarias será o diesel, combustível cuja produção no Brasil não é suficiente para atender a demanda.
Planos
A Petrobras projeta que as duas grandes refinarias premium, previstas para serem construídas no Ceará e no Maranhão, vão produzir até 65% de diesel.
Além das duas refinarias premium, a Petrobras vai construir o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaboraí (RJ), destinado a fabricar produtos petroquímicos, e outra em Pernambuco, para atender ao mercado regional de combustíveis. Também está prevista uma unidade de pequeno porte no Rio Grande do Norte.
A estatal segue com planos para o mercado de álcool, do qual pretende deter uma fatia da produção, principalmente por meio de participações em companhias do setor.