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Álcool sobe e é atraente em apenas oito Estados

A atratividade do álcool hidratado diminuiu semana a semana para o consumidor final desde meados de dezembro. Os motoristas de carros bicombustíveis de apenas 8 estados têm vantagem em escolher o álcool em detrimento da gasolina. Em meados de dezembro, o etanol era mais atraente em 17 Estados.

Governo e usineiros fecharam acordo na semana passada estabelecendo um teto de R$ 1,05 o litro para o álcool anidro. Naquela mesma semana, o preço do álcool ao consumidor subiu 4,48%. Segundo pesquisa divulgada ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do álcool cobrado nos postos passou de R$ 1,65 na primeira semana de janeiro para R$ 1,72 na semana de 8 a 14 deste mês.

“Os preços do hidratado e do anidro não caíram na bomba, mas já estão caindo nas usinas e o benefício deve em breve ser repassado para o consumidor”, diz Heloisa Lee Bunrquist, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo. O estudo do Cepea foi feito com base nos dados da ANP. Ela prevê que o consumidor sinta a queda de preços em uma ou duas semanas.

Considera-se que é vantajoso abastecer com álcool desde que o etanol corresponda a menos que 70% do preço da gasolina. De acordo com a pesquisa, isso ocorre em 8 Estados: São Paulo, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Tocantins.

O melhor custo-benefício é em São Paulo, onde o álcool custa o equivalente a 63,1% do preço da gasolina. O pior é no Rio Grande do Sul, onde a relação sobe para 83,92%.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, afirmou que o preço ao consumidor deve cair até o final da semana. Para Rodrigues, a alta é reflexo de uma acomodação dos preços.

“Não há razão para que, uma vez que os preços na usina caíram, os preços na bomba subam. Acredito que seja uma acomodação de poucos dias, reflexo de estoques guardados ou compromissos negociados anteriormente e que têm que ser cumprido agora. Estou tranqüilo quanto ao compromisso do setor produtivo, e acredito que até o final de semana o consumidor será beneficiado por esse processo”, afirmou.

Segundo Rodrigues, a responsabilidade sobre o preço do álcool agora é do Ministério de Minas e Energia. “O Ministério da Agricultura tinha o dever de conversar com o sistema produtivo e encontrar um mecanismo para acordar preços para o etanol até que ele saia da usina. Dali para frente, a responsabilidade é de outras áreas”, disse.

Rodrigues informou que integrantes do Ministério de Minas e Energia irão se reunir, ainda nesta semana, com representantes das distribuidoras e postos de gasolina para avaliar o reflexo do acordo.

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau informou, por meio de sua assessoria, que “o governo acionou a ANP para fazer diagnósticos e detectar eventuais movimentos especulativos na comercialização do álcool combustível e determinar todas as medidas legais possíveis”.