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Álcool sobe 3,5% em uma semana nos postos paulistas

O preço do álcool nos postos paulistas subiu 3,5% na primeira semana do ano, em comparação com a última semana de 2005. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o combustível fechou a semana passada com um preço médio de R$ 1,457 nas bombas de São Paulo. A alta registrada no Estado é maior do que a média nacional, de 2,86%, informa a agência. O preço médio no País, porém, é superior: R$ 1,650 por litro.

A pesquisa da ANP indica que o preço da gasolina continua acompanhando a alta do álcool, ainda que em menor ritmo. Na primeira semana de janeiro, o preço médio da gasolina no País subiu R$ 0,013, ou 0,52%, por litro, e atingiu os R$ 2,477. Em São Paulo, a alta foi menor, de 0,45%. O preço médio do combustível no Estado chegou a R$ 2,367 na semana pesquisada. A gasolina vendida nos postos leva 25% de álcool anidro e, por isso, sofre impacto da disparada das cotações do derivado da cana-de-açúcar.

Os números divulgados pela ANP apontam que o álcool hidratado já sofreu aumento de 32% nas bombas desde a mínima do ano passado, de R$ 1,251 por litro, em junho. A alta é justificada pelo crescimento das vendas de veículos bicombustíveis no País e considerada normal por analistas do setor. “Toda esta polêmica em torno do preço do álcool me parece exagerada”, afirma o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari. Na sua opinião, os preços devem ser regulados pelo próprio mercado, que vai optar pela gasolina quando o álcool não valer mais a pena.

Ele concorda, porém, que a composição de estoques estratégicos reduziria a volatilidade das cotações. “Em muitos Estados, já observamos relações de preços que indicam como opção mais econômica o uso da gasolina”, aponta Nastari, em relatório enviado a seus clientes. De fato, segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) divulgada no início da semana, em 14 Estados e no Distrito Federal o preço do álcool já é tão caro que é mais vantajoso usar o concorrente derivado do petróleo – por render menos quilômetros por litro, o álcool só é competitivo se custar até 70% do preço da gasolina.

São Paulo, maior produtor brasileiro de cana-de-açúcar, onde o custo do frete não tem tanto peso no preço final, ainda não está nesta lista. Segundo os últimos dados da ANP, o álcool hidratado custava, na semana passada, o equivalente a 61,5% do preço da gasolina.