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Álcool só é vantajoso em relação à gasolina em quatro Estados

Abastecer veículos bicombustíveis com álcool já é vantajoso em quatro Estados: São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso. É o que indica a pesquisa semanal divulgada ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). São Paulo, maior estado produtor de açúcar e álcool do País, é o que oferece mais vantagens aos proprietários dos veículos flex fuel. O preço do álcool hidratado corresponde a 58% ao preço médio da gasolina nos postos paulistas. Seguem-se, no que se refere às vantagens comparativas, Goiás, com o álcool hidratado valendo 63,75% do preço da gasolina; Paraná, com 65,9%, e Mato Grosso, com 68,1%.

Em todos os demais Estados da federação, o preço médio do álcool está acima de 70% do valor cobrado pela gasolina, o que torna o uso do bicombustível desinteressante do ponto de vista financeiro. A queda dos preços do álcool hidratado nas usinas ocorre de maneira acentuada desde meados de março por causa do aumento da oferta, conseqüência do início do corte e da moagem da cana-de-açúcar nas lavouras da região Centro-Sul.

Com o avanço da safra de cana de açúcar, a expectativa é de que o uso do álcool hidratado se torne atraente em número maior de estados. Na semana passada, segundo pesquisa pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq/USP), o preço médio do álcool hidratado nas usinas paulistas era R$ 0,838 o litro, 1,98% menos do que na semana anterior. A queda dos preços não deverá alcançar, porém, os mesmos níveis do ano passado, uma vez que a demanda nacional e internacional pelo combustível permanece aquecida.

Na semana passada, o preço do etanol atingiu o valor recorde na cidade de Nova York de US$ 3,15 o galão, o que corresponde a US$ 830 o metro cúbico, 125% mais do que em janeiro. Outros fatores contribuem para impedir queda maior dos preços do álcool, embora a previsão é de uma safra de cana 11,32% maior que a do período anterior (2005/06), segundo prognóstico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).

De acordo com a entidade, a oferta de álcool hidratado deverá aumentar 22,98% na safra atual. Além disso, os preços do açúcar no mercado internacional deverão disparar, dizem os especialistas. Ontem, terminou o prazo concedido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para que os países que compõem a União Européia exportassem açúcar refinado com subsídios. A partir de hoje, as guias de exportação estão contingenciadas às determinações da OMC.