O preço do álcool combustível no Estado de São Paulo para as distribuidoras acumula alta de 18,2% desde a primeira semana de setembro até a semana passada, de acordo com dados coletados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo.
Já o preço do álcool anidro, que é adicionado à gasolina na proporção de 25% teve aumento de 18,6%.
Somente na última semana, preço do álcool hidratado teve com alta de 4,78% em relação à semana anterior, cotado a R$ 0,75 por litro, enquanto o anidro subiu 5,79%, encerrando o período a R$ 0,85 por litro. A elevação dos preços ocorreu mesmo com o menor volume de negócios no período.
“Maiores volumes foram adquiridos na última semana de setembro para abastecer o mês de outubro, assim as distribuidoras efetivaram somente novos volumes adicionais para atender à demanda”, afirmou em comunicado a equipe que analisa o comportamento do mercado de álcool no Cepea. “O aumento dos preços nas últimas duas semanas também ajudou a restringir as efetivações a pequenos volumes.”
A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única) afirmou apenas que o aumento é resultado da livre comercialização do combustível no País, que traz por conseqüência a alta volatilidade dos preços.
Além disso, a entidade ressaltou que problemas com a estocagem do combustível, que tem produção sazonal, de 6 meses para atender uma demanda ao longo de 12 meses.
O aumento atual, no entanto, não reflete a diminuição de estoques, já que é justamente no segundo semestre que ocorre a safra 2004/2005. A elevação dos preços é resultado da queda na produção. Segundo o último relatório da Única, divulgado em agosto, a produção de álcool estava cerca de 22,6% abaixo da verificada na safra anterior.
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Mesmo tendo verificado uma ampliação de 9,16% na área de corte de cana no Centro-Sul do País, a expectativa de uma produção de álcool foi revista para baixo, passando de uma previsão de crescimento de 2,2%, para de queda de 1,7% na comparação com a safra 2003/2004.
Preços para os consumidores
Apesar da elevação do custo do combustível para as distribuidoras, o aumento ainda não foi repassado para as bombas.
Da primeira semana de setembro até a sexta-feira passada, o preço do álcool hidratado subiu em média 1,96%, para cerca de R$ 1,3 por litro. O litro da gasolina teve elevação de 0,05%, para R$ 2,12, segundo dados coletados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, as empresas têm acompanhado as oscilações de mercado. A Shell admitiu ter realizado reajustes, mas não revelou os índices.
A Esso elevou seus preços em até R$ 0,01 por litro de gasolina e R$ 0,10 por litro de álcool. A Ipiranga informou que ainda não repassou os aumentos, enquanto a Petrobras Distribuidora negou-se a comentar o assunto.
