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Álcool: Petrobras-Mitsui supre só 30% do previsto pelo Japão

Se a política de incentivo do governo japonês para o uso do álcool combustível tornar obrigatória a adição de 10% do etanol à gasolina, seria criada uma demanda de 6 bilhões de litros. A Petrobras teria condições de suprir apenas 30% desse volume, ou 1,8 bilhão de litros, se efetivar o acordo assinado com a trading Mitsui. Ontem, o jornal Nihon Keizai Shimbun informou que o governo japonês deve apressar a mistura, hoje em 3% e de forma não-mandatória.

Pelo acordo firmado entre a Petrobras e a Mistsui, a estatal brasileira e a trading japonesa negociam com usineiros uma parceria tripartite para a construção de destilarias de etanol no Brasil. A Mitsui financia os projetos, os usineiros entram com terra e cana e a Petrobras com a logística. Não está prevista a participação da Petrobras como sócia nos projetos, já que a empresa foi escolhida pelos japoneses como uma espécie de “avalista”, para garantir a produção e a logística de exportação.

Várias reuniões com produtores já foram feitas e ao menos cinco projetos de construção de novas unidades já estariam acertados. Até novembro, todos os projetos serão encaminhados para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que será a mediadora societária para determinar a participação dos usineiros e da Mitsui nas novas unidades.

As novas destilarias deverão ser construídas, prioritariamente, na nova fronteira canavieira do Centro-Oeste, em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com fácil acesso aos alcooldutos projetados pela Petrobras. O primeiro, previsto para 2008, ligará Goiânia (GO) a Paulínia (SP) e ao porto de São Sebastião (SP). O segundo alcoolduto, ainda em fase de estudo de viabilidade, deve ter início em algum ponto no rio Tietê, aproveitando a hidrovia Tietê-Paraná, e seguir também até Paulínia.