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ÁLCOOL PERDE COMPETITIVIDADE PARA GASOLINA

O aumento do preço do álcool já faz o donos de carros flex fuel (bicombustível) terem vantagem financeira ao optar por abastecer com gasolina em alguns Estados.

A conclusão faz parte de estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (campus Piracicaba), com base nos dados da última semana da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

De acordo com o Cepea, por ser um combustível que rende menos, o álcool deve custar no máximo 60% a 70% do valor da gasolina para ser vantajoso ao motorista – o percentual varia de acordo com o modelo do carro.

No Rio Grande do Sul e Minas Gerais, entretando, o preço médio do litro do álcool hidratado já alcança 70% do valor da gasolina e compensa a troca.

Em outros Estados como o Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazonas, Distrito Federal e Paraná, a relação de preços está muito próxima do limite e já pode ser considerada vantajosa para a gasolina.

Já para os consumidores paulistas, encher o tanque com álcool ainda continua mais rentável. Isto porque grande parte do álcool combustível comercializado é produzido no Estado, o que diminui custos com transporte.

Segundo o Cepea, a relação com o valor da gasolina mantém-se praticamente estável desde dezembro de 2004 em 57,7% em São Paulo. Na última semana, segundo a ANP, a média do litro da gasolina era vendida por R$ 2,349 e o álcool, a R$ 1,357 no Estado.

Para os pesquisadores, a perda de competitividade do álcool em vários Estados pode ser um fator a inibir sua demanda. Por outro lado, a mudança no álcool hidratado – que passa a ter adição de corante laranja a partir do próximo ano para que o álcool anidro não passe por hidratado – e a entressafra devem sustentar os preços.

Na média parcial da safra (entre maio e novembro), pesquisadores do Cepea verificaram que o preço real do álcool hidratado comercializado pelas usinas paulistas esteve 4,2% superior ao mesmo período da safra passada. Já o aumento real no preço médio do álcool anidro, que é misturado em 25% à gasolina, foi de 2,09%, se comparado ao mesmo período da safra passada.

Além do preço, o consumidor de álcool também sofre com a ilegalidade, que representa mais de 20% do mercado do produto.