Mercado

Álcool na mira

O açúcar é estrela da pauta de exportações brasileiras. Em Pernambuco, as usinas trabalham sem parar para colher a cana e os produtores não estão faturando só com o açúcar.

Começa mais um expediente nos canaviais de Pernambuco. As máquinas iluminam a escuridão. É hora de carregar e transportar a cana-de-açúcar cortada durante o dia. Não pode faltar estoque nas usinas. “As cobranças chegam a todo momento”, alerta Genilson Ferreira, gerente de campo.

O expediente, que atravessa a noite, é resultado da melhor safra dos últimos nove anos em Pernambuco. Os produtores vão colher 16 milhões de toneladas de cana. O desempenho no campo garante a matéria-prima que movimenta a economia da região e abre a temporada de empregos.

Trinta mil vagas foram criadas com o início da safra no Estado. Uma única usina contratou 2.300 funcionários, metade da mão de obra que precisa. Adeildo Santos, 23 anos, recolhe a cana que a carregadeira deixa para trás. A jornada noturna pôs fim a seis meses de desemprego. “É mais frio, muito melhor do que trabalhar durante o dia “, ele afirma.

Para o mecânico de plantão ou o motorista da carregadeira, o ritmo do trabalho não muda. Manobras radicais nas encostas afastam o sono.

O bagaço, queimado a 300 graus, é a energia que move as usinas. As moendas esmagam 350 toneladas de cana por hora, dia e noite, sem parar.

O setor está otimista. O Brasil é o maior exportador de açúcar do mundo, mas é de olho no mercado do álcool combustível que as usinas trabalham dobrado.

“Temos o mercado japonês, indiano, chinês e estamos abrindo o álcool porque é um combustível que não agride o meio ambiente”, afirma o diretor de usina Emanuel Rocha.

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