Uma redução média de cerca de 6%, o equivalente a R$ 0,10, no preço da bomba de combustível fez com que o consumo de álcool em Salvador aumentasse no último mês. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana entre 29 de março e 4 de abril o álcool registrou um preço médio de R$ 1,676 nos postos da capital baiana.
A queda no preço é consequência direta de uma superprodução nas usinas e do atual momento de entressafra da produção de cana-de-açúcar. Esta redução fez com que o álcool atingisse o preço mais baixo dos últimos quatro anos. Os outros combustíveis estão com os preços estáveis. A gasolina tem um preço médio de R$ 2,664, enquanto o gás natural veicular custa em torno de R$ 1,76.
Nos postos de combustíveis de Salvador, é possível constatar uma variação de R$ 0,33 no preço do! álcool. Esta diferença pode representar uma economia mensal de cerca de R$ 52 para o motorista gasta em média um tanque de 40 litros por semana. “Definitivamente, hoje em Salvador e em praticamente em toda a Bahia é mais vantajoso abastecer com álcool”, explica Walter Tannus, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo da Bahia (Sindicombustíveis).
A preferência pelo etanol pode ser conferida nos postos de combustível de Salvador. De acordo com Walter Tannus, do Sindicombustíveis, o álcool se tornou o principal produto em termos de vendas com 55% do mercado, superando a gasolina na capital baiana.
A equipe de A TARDE percorreu cinco postos na manhã de ontem e constatou um aumento da procura pelos consumidores. A contadora Jamile Marins comprou um carro flex há dois anos e desde então dá preferência ao álcool na hora de abastecer. “Até fiz uma experiência de usar gasolina durante um tempo. Mas não valeu a pena, o álcool é muito mais econômico”! , garante.
Já o advogado Leonardo Pereira prefere misturar os dois combustíveis. Com um tanque de 46 litros, ele abastece com 36 litros de álcool e completa o restante com gasolina. Mas ressalta que tem uma economia de cerca de 30% no preço final quando prioriza o álcool. “É uma diferença notável”, diz ele.
Fiscalização – Apesar de ser considerado um combustível mais viável economicamente, o álcool é o produto em que foram constatados os maiores índices de adulteração no País. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, o índice nacional de não-conformidade do álcool é 2,6%, mas em algumas regiões da Bahia, como em Itabuna, Ilhéus, Guanambi e Brumado, a adulteração atingiu marcas entre 7% e 10% do combustível analisado. “Estes índices são uma exceção e vamos combatê-los com um reforço na fiscalização”, disse o presidente da ANP, Haroldo Lima, que garante que o combustível da Bahia é considerado de boa qualidade.
Na tarde de quarta-feira, dia 08, a ANP e! o governo da Bahia assinaram um convênio para intensificar as ações de verificação da qualidade e fiscalização do transporte de combustíveis no Estado. O principal foco será o combate à sonegação de impostos. “Este convênio é muito bem-vindo neste momento em que o Estado precisa arrecadar mais. Além disso, a sonegação tem que ser combatida porque gera uma concorrência desleal no setor”, avalia o governador Jaques Wagner (PT).