Os donos de carros movidos a álcool estão pagando mais caro para encher o tanque. O aumento no valor médio do álcool nos postos de Belo Horizonte foi de 3,75%, em um mês, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Procon Assembléia. O preço médio cobrado por litro, nas bombas, ficou em R$ 1,601. A gasolina comum e o óleo diesel também tiveram aumentos de 1,75% e 3,7%, respectivamente, segundo o levantamento feito entre ontem e terça-feira em 50 postos da capital. O valor médio no litro da gasolina comum vendida na cidade foi calculado em R$ 2,260. E o preço médio do diesel ficou em R$ 1,820.
O coordenador de Pesquisa do Procon Assembléia, Paulo Emílio de Oliveira, observa que o valor médio do litro de álcool comum subiu 9,5%, nos últimos dois meses. “É uma alta substancial”, afirma. No mesmo período, a gasolina subiu bem menos, apenas 2,19%, segundo o pesquisador. Ele observa que a variação encontrada no preço do álcool vendido na cidade, este mês, também foi a maior. O litro do combustível é vendido por R$ 1,444 no Auto Posto Expresso, na Via Expressa, e chega a R$ 1,799, no Posto Alpes, no Carlos Prates, de acordo com o levantamento. A variação entre o maior valor encontrado e o menor ficou em 24,58%.
O presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais, Luiz Custódio Cotta Martins, afirma que os produtores do combustível não são os responsáveis pelo último aumento. “Tem mês que o preço pago ao produtor pelo litro de álcool está estável, em cerca de R$ 0,80”, pondera. Ele garante que não há possibilidade de redução da oferta, pelo menos em um primeiro momento. Nem mesmo considerando que a safra termina este mês. Ele lembra que o preço do álcool reflete a oferta e a procura pelo produto.
De acordo com o sindicato que representa os postos de Minas Gerais (Minaspetro), o aumento do álcool também não é de responsabilidade dos revendedores. “Apenas em setembro houve uma alta de 22% nos preços cobrados pelas usinas”, informa. O aumento da fabricação de carros bicombustível, ainda não foi capaz de reduzir os estoques de álcool. De acordo com o Minaspetro, a explicação para o aumento deste mês pode estar nas distribuidoras, que poderiam estar com estoques a preços antigos nos meses anteriores e só agora estão repassando reajustes das usinas. De acordo com o levantamento do preço pago ao produtor pelo litro do álcool, feito pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), nas três primeiras semanas de novembro, o valor do combustível ficou entre R$ 0,80 e R$ 0,81, sem impostos. Em outubro, chegou a R$ 0,83, sendo que começou setembro cotado a R$ 0,65.
A variação no preço da gasolina, na cidade, ficou em 17,87%, neste mês. O maior valor cobrado pelo litro da gasolina comum, de R$ 2,539, foi encontrado pelo Procon Assembléia no Posto Alpes. O menor preço, de R$ 2,154, no posto Nota 1000, no Barreiro. A variação no preço do diesel é de 9,83%. O Auto Posto Expresso é o que oferece o menor valor para esse tipo de combustível: até ontem, as bombas marcavam o litro do diesel em R$ 1,729.