A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de São Paulo já tem as bases da pauta de reivindicações dos funcionários das indústrias do setor de açúcar e álcool do Estado. Hoje, representantes dos trabalhadores realizam um encontro em Piracicaba, no Interior, com o objetivo de mobilizar e conscientizar a categoria, que reúne aproximadamente 100 mil pessoas em São Paulo. A pauta ainda precisa ser submetida às assembléias dos empregados para depois ser entregue aos patrões.
Segundo Melquíades de Araújo, presidente da Federação, a entidade deverá pedir a reposição da inflação acumulada, “que não deve passar de 6%”, e mais 5% de aumento real. O dirigente sindical enfatiza que uma das lutas da categoria será melhorar o piso salarial e obter vencimentos compatíveis com as funções dos trabalhadores “porque eles têm o salário corroído pelo piso baixo”. A expectativa de Melquíades é de uma campanha salarial muito difícil. “Às vezes, você fica com dó do setor patronal de tanto que ele reclama”, ironizou.
A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (União) afirmou ontem que o setor de açúcar e álcool sempre negocia com os trabalhadores as suas reivindicações. No caso das negociações com a Federação da Alimentação, a entidade patronal diz que aguarda receber a pedida da categoria. A data-base dos trabalhadores é maio. A Unica é presidida por Eduardo Pereira de Carvalho, com quem a Federação afirma negociar a pauta de reivindicações.
O presidente da Federação da Alimentação explica que a entidade defende os interesses dos funcionários das indústrias produtoras de álcool e açúcar e, em alguns sindicatos filiados à entidade, há também cortadores de cana representados por se tratarem de funcionários das usinas. A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de SP (Fequimfar), porém, representa 25 mil pessoas – funcionários do setor de álcool no Estado. Esse grupo quer 15% de reajuste, entre reposição da inflação e aumento real.