Com o preço do petróleo teimosamente acima dos US$ 60 por barril, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, está promovendo o “etanol celulósico” como a solução mágica do século 21 para finalmente tirar os EUA de seu vício em combustíveis do Oriente Médio. A energia derivada de “lascas de madeira, gravetos ou mato”, como ele mencionou em seu pronunciamento sobre o Estado da União na noite de terça-feira, pode chegar aos postos em seis anos, para suprir no final quase um terço das necessidades de combustível dos EUA. Depois de uma longa série de promessas como essa de Washington que não vingaram — como combustíveis sintéticos derivados do carvão —, o anúncio está sendo recebido com ceticismo. Principalmente porquea Casa Branca, sob restrições orçamentárias, está oferecendo pouco dinheiro para sustentar a retórica: somente US$ 150 milhões no próximo ano, dificilmente o bastante para revolucionar um mercado bilionário de derivados do petróleo. Ainda assim, um número crescente de cientistas, investidores e autoridades dizem que a biotecnologia está tornando o combustível, também conhecido como “biomassa”, cada vez mais viável. Derivado de resíduos agrícolas, ele é mais barato que o álcool atualmente usado como combustível nos EUA, feito à base de milho. O Brasil, que usa etanol à base da cana-de-açúcar, atualmente alimenta metade de sua frota motorizada com esse álcool. Nos EUA, investidores privados — de Richard Branson à canadense Iogen Corp. — estã odespejando dinheiro na tecnologia da biomassa, na esperança de um boom similar nos EUA. De fato, o Brasil é visto como o exemplo vivo da idéia de Bush. “Somos prova de que uma estratégia baseada no etanol pode funcionar”, diz Plinio Nastari, diretor-geral da consultoria que leva seu nome especializada em álcool. Nastari estima que o Brasil substituiu 1,15 bilhão de barris de importações de petróleo com o uso de etanol desde 1975, ou 11,6% das reservas comprovadas do país, de 110 bilhões de barris. A política por trás do etanol celulósico também é promissora. Num momento em que a polarização barrou outras grandes iniciativas no setor energético — da perfuração de poços de petróleo em áreas do Alasca ao aumento do requisito d e economiade combustível para carros e caminhões —, a biomassa está recebendo apoio de uma coalizão surpreendentemente diversa. Ambientalistas gostam da idéia porque ela não polui tanto quanto a gasolina convencional. Defensores de uma política de defesa mais agressiva a promovem como meio de aumentar a segurança dos EUA ao reduzir a dependência do petróleo. As deficitárias montadoras americanas gostam da idéia porque são mais competitivas com as japonesas nos veículos flex do que nos híbridos de gasolina e eletricidade.
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