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Álcool chegará a R$ 2 no Estado

O motorista catarinense deve ficar atento para o aumento nos preços dos combustíveis a partir da semana que vem. O litro do álcool anidro pode chegar a até R$ 2 na bomba. A gasolina também sofrerá elevação por conta dos 25% de álcool na sua composição. A estimativa é de que o litro passe para R$ 2,65, em média.

O diretor de Relações Institucionais do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis da Grande Florianópolis (Sindicomb), Luiz Ângelo Sombrio, explica que as distribuidoras já aumentaram o preço de custo em 16% durante o mês de setembro. E que em outubro, este reajuste vai chegar a pelo menos 20%.

– Os produtores de cana-de-açúcar estão preferindo vender açúcar ao álcool. Além disso, houve uma quebra na produção – disse.

As fortes chuvas na região central do Brasil, que concentra 90% da produç! ão sucroalcooleira do país, provocaram a paralisação da colheita de cana-de-açúcar durante 11 dias, de acordo com a União da Agroindústria Canavieira.

O diretor do sindicato ressalta que as distribuidoras estão cobrando um reajuste de 3,5% a 4% no preço de custo da gasolina, em função do aumento do álcool, e que esse valor deve ser repassado para as bombas na próxima semana, conforme os estoques de cada posto.

– Recebemos hoje (ontem) o litro da gasolina R$ 0,06 mais caro.

O crescimento dos carros flex na frota de Santa Catarina também tem efeito no preço do álcool. Hoje, 90% dos carros novos são bicombustíveis, e o consumo do álcool registra elevação significativa.

Abastecer com álcool deixa de valer a pena

Mas só vale a pena abastecer com álcool quando o seu custo não superar 70% do valor da gasolina, uma vez que o combustível rende 30% menos. Um litro a R$ 2 equivale a 75% do litro da gasoli! na a R$ 2,65, o que torna o álcool desvantajoso.

– Eu costumo colocar sempre álcool porque é mais barato. Se o litro passar de R$ 2, vou trocar pela gasolina – disse a fisioterapeuta Camila Santos, proprietária de um carro flex, ao completar o tanque de álcool, ontem, ainda sem o reajuste.

Dono de um veículo a gasolina, o auxiliar administrativo Adelir Veiga lamentou, ontem, ao saber do aumento. De acordo com ele, além de prejudicarem o desempenho do motor, os 25% de álcool presentes na gasolina ainda são responsáveis pelo reajuste do combustível.

– Eu abasteço cerca de R$ 150 por mês. Se o litro aumentar muito, vou deixar de abastecer, principalmente em Florianópolis, onde o combustível é sempre mais caro do que nas outras cidades – reclamou.