Mercado

Álcool: alta de preços ao consumidor deve ser gradativa

O inevitável aumento dos preços do álcool hidratado será gradativo aos consumidores e não terá relação com o reajuste do preço dos derivados do petróleo ocorrido na semana passada. Apesar de não haver previsões sobre percentuais de aumento, já que o mercado do álcool é livre e tem cerca de 300 fornecedores, as distribuidoras, como sempre fazem, devem repassar aos postos os reajustes dos usineiros. Mas é certo que a alta na demanda pelo álcool hidratado, a chegada do fim da safra canavieira do Centro-Sul do Brasil e o próprio reajuste nos preços da gasolina devem pressionar cada vez mais o preço do etanol.

“Neste momento, há apenas uma tentativa dos produtores (usineiros). Eles vão tentando aos poucos, mas é preciso avaliar quando esse movimento de aumento vai dar certo”, disse o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz. “Por isso, não dá para prever data ou índices de reajustes de preços do álcool, apesar de a tendência natural ser de retomada”, completou Vaz.

Para Mirian Bacchi, pesquisadora do mercado sucroalcooleiro do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), poucos negócios com álcool no Estado de São Paulo foram feitos nesta semana e apresentarem preços superiores aos da semana passada. Mas, segundo ela, ainda é muito cedo para falar de reajustes. “Ainda é difícil traçar uma tendência sequer para esta semana”, afirmou a pesquisadora. Na semana passada, ainda sem o reflexo do aumento da gasolina, o álcool anidro subiu 2,4% e o hidratado 1,28% nas usinas paulistas, em média.

Mirian lembra que atual safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, região que concentra mais de 80% da produção e do consumo do País, é mais alcooleira neste ano. O setor produtivo estima que até 53% da cana processada vira álcool e 47%, açúcar, o que aponta para uma boa oferta do combustível. Já a demanda mensal total de álcool neste não na região Centro-Sul – somados hidratado e anidro misturado à gasolina – está próxima a 1,1 bilhão de litros, ante 900 milhões no mesmo período do ano passado, aumento de 20%.

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