Mercado

Alagoas vai quebrar recorde de exportação de açúcar

Pela terceira vez em cinco anos, Alagoas vai quebrar o recorde de exportação de açúcar. Até a primeira quinzena deste mês, as usinas do Estado já haviam entregue no Porto de Maceió cerca de 1,1 milhão de toneladas do produto (demerara e refinado). Esse número deve chegar a aproximadamente 1,5 milhão de toneladas até o final da safra 2002/03, prevista para terminar no próximo mês.

Confirmada a projeção do Sindaçúcar (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool), as exportações vão crescer cerca de 15% em relação à safra anterior (2001/02).

A primeira safra que Alagoas passou do patamar de um milhão de toneladas foi a 97/98, com exportação de 1,123 milhão de toneladas. Na safra 2000/01, o Estado exportou 1,25 milhão de toneladas.

O crescimento das exportação desta safra em relação a colheita anterior (2001/02), quando foram exportadas aproximadamente 1,1 milhão de toneladas será de quase 40%.

Vocação

Segundo o presidente do Sindaçúcar, Jorge Toledo, a estimativa é de que o setor exporte, na safra atual, cerca 1,25 milhão de toneladas de açúcar demerara e 250 mil toneladas de refinado.

O aumento das exportações é visto pelo Sindaçúcar com o uma tendência natural do setor scuroalcooleiro em Alagoas. “Nossa vocação é exportadora. Temos hoje uma grande eficiência e o menor custo para exportação de açúcar do País. Nos últimos anos as indústrias de Alagoas ampliaram a participação no mercado externo como estratégia para evitar uma concorrência maior internamente”, avaliou.

Receita

Considerada a cotação do açúcar na Bolsa de Nova Iorque e do dólar no Brasil, a receita gerada com as exportações de açúcar para Alagoas, até agora, em valores corrigidos, é de US$ 190 milhões aproximadamente ou cerca de R$ 680 milhões pelo câmbio atual (dólar comercial).

Os valores são estimados considerando preço médio de US$ 176 por tonelada de açúcar demerara. Mantidas as cotações atuais, o faturamento do setor com as exportações na safra 2002/03 pode ultrapassar os US$ 260 milhões ou pouco mais de R$ 900 milhões.

Seca

Alagoas consolida definitivamente sua parcipação no mercado mundial de açúcar com esse volume recorde \de exportação, analisa Jorge Toledo.

“Quem determina o ritmo do mercado mundial de açúcar hoje é o Brasil e nós nos consolidamos como segundo pólo exportador do País. Hoje o Porto de Maceió é uma referência no mercado açucareiro mundial”, disse.

Apesar do crescimento das exportações, a safra 2002/03 deve terminar com queda na produção agrícola na ordem de 7%, com uma colheita de 23 a 23,5 milhões de toneladas. A redução é resultado da estiagem que ocorreu durante todo o verão na zona canavieira alagoana.

A falta de chuva, embora não tenha sido suficiente para causar perdas na produção industrial, deve prejudicar a próxima safra. “Certamente a safra 2003/04 será menor ou no máximo igual a esta por causa da escassez de chuva”, afirmou Toledo. (Gazeta de Alagoas)

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