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Alagoas ganha destaque em energia de biomassa

O Estado de Alagoas aparece como destaque em todos os estudos sobre energia de biomassa, ou seja, geração de energia a partir de resíduos como o bagaço da cana-de-açúcar. Por isso, o Estado foi escolhido pela coordenação de Economia Socioambiental da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para sediar o IV Seminário Internacional de Energia no Brasil.

Reunindo especialistas, dirigentes públicos, investidores privados e representantes de organizações não-governamentais do Brasil e do exterior, o evento aconteceu, ontem, no Hotel Meliá, em Maceió.

O objetivo, explicou a química e engenheira ambiental da FGV, Clementina Moreira Alves, é articular um debate amplo sobre a questão energética. Ela disse que quando se pensar em alternativas energéticas deve se priorizar o Norte e o Nordeste. “E quando se pensar em energia de biomassa deve–se ter Alagoas em mente”- acrescentou.

O Brasil, disse ainda, precisa discutir com urgência um novo modelo energético. Eventos como o seminário são ações com esta finalidade. “Reunimos aqui formadores de opinião e tomadores de decisão, pois além de tecnologia, temos que ter vontade e políticas públicas”- declarou Clementina Moreira.

Ela disse que o Nordeste precisa se tornar auto-sustentável, buscando uma política energética com viabilidade econômica e adequada as suas características e particularidades. Mas, até lá, é preciso conscientizar a sociedade para o consumo consciente da energia elétrica.

Governo anuncia ajuda a distribuidoras de energia

O governo tem que investir na recuperação do setor elétrico, que atravessa grave crise, sob risco de o Brasil enfrentar o caos social e econômico se os investidores estrangeiros decidirem deixar o País. A análise é do engenheiro paulista Sérgio Vianna, especialista em energia elétrica, que participou, ontem, do IV Seminário Internacional de Energia no Brasil, promovido pela Fundação Getúlio Vargas.

Mesmo definindo como improvável essa debandada, Sérgio Vianna considera decisiva a adoção de um programa de socorro às empresas distribuidoras de energia, a exemplo do que foi o Proer para o sistema bancário. “Na privatização os investidores apostaram numa realidade, mas tiveram que enfrentar outra, bastante adversa”- argumenta o consultor.

Ele cita aumento da carga tributária, redução do consumo, alta do dólar, desvalorização do real e o racionamento de energia, como fatores que levaram o setor energético ao quadro de crise atual.

Sérgio Vianna avalia que o País não viverá risco de um novo apagão em curto prazo, mas alerta que, se houver crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% a 3,5%, sem investimentos no setor elétrico, é provável que, entre 2007 e 2008, a população enfrente novo racionamento.

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