Subvenção levou consumidor a pagar mais caro pela alimentação no ano passado. Os países mais ricos do mundo gastaram €225 bilhões com subsídios agrícolas no ano passado. Além de fazer os consumidores a pagarem mais com alimentação, essa prática afetou o fluxo de livre comércio mundial, afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Nos EUA, os subsídios agrícolas corresponderam ao equivalente a € 34,332 bilhões, o que representou 16% da renda dos agricultores americanos; no Japão, foram € 38,166 bilhões, que correspondem a 56% da receita de seus agricultores; e na Suíça, a ajuda chegou a € 4,522 bilhões, o que equivale a 68% da renda.
O relatório pressiona os negociadores que tentam retomar as conversações sobre comércio mundial na próxima semana, para que cheguem a um consenso sobre reformas que, segundo a OCDE, poderão ajudar a economia mundial.
O relatório indica ainda que, em 2005, a UE iniciou reformas como a aplicação da Política Agrícola Comum (PAC), a reforma radical dos subsídios ao açúcar, enquanto os EUA fazem referências à mudança da política de ajuda aos produtores agrícolas de tabaco.
Avanço nas negociações
O progresso das negociações é essencial para injetar nova vida no processo da reforma das normas agrícolas”, acrescentou o órgão. O relatório da organização detectou que a proporção de ajuda governamental para os produtores agrícolas nos seus países membros foi de 29%, inalterada em relação ao ano anterior, e ligeiramente inferior aos 30% registrados em 2003.
A maioria dos subsídios visaram elevar o preço dos produtos agrícolas, explicou, citando tarifas de importação, subvenções para exportação e a produção doméstica, que afetam negativamente a produção, mercados e comércio.
Ajuda mantida
Classificando a ajuda governamental por volume de contribuição para a renda agrícola geral, os subsídios da UE alcançaram 32% dos rendimentos dos produtores rurais no ano passado, apenas um pouco abaixo dos 33% em 2005. O percentual dos EUA ficou inalterado em 16%.
A Suíça concedeu os maiores índices de subsídios estatais. A ajuda aos agricultores locais chegou a 68% do total da receita agrícola no ano passado, seguida pela Noruega com 64%, Coréia do Sul, 63%, e Japão, 56%.
No outro extremo da escala, os produtores agrícolas da Nova Zelândia, na média, obtêm do Estado apenas 3% de sua renda, e os da Austrália, 5%.
O informe da OCDE declarou que o Brasil, que emerge rapidamente como exportador de produtos agrícolas e não é membro da instituição. Sua contribuição de ajuda aos agricultores foi de apenas 3% durante o ano de 2004. Os produtores agrícolas da China por sua vez, obtiveram ajuda de 8% em 2003, segundo revelou o relatório. Essa cifras representam um salto enorme em relação aos anos anteriores.
A OCDE acrescentou que a ajuda agrícola da UE recuou, e o bloco fez mais progressos para reduzir os subsídios mais impactantes. As recentes reformas irão mudar o modo de pagamento das subvenções, garante a instituição.
O relatório divulgou que os EUA fizeram reduções modestas em suas subvenções, diminuindo as formas de subsídios mais impactantes.
O próximo dia 29, alguns países da OMC se reunirão em Genebra para tentar avançar nas negociações com o objetivo de reduzir as tarifas agrícolas e industriais.