O consumo de petróleo deve aumentar este ano, tornando inviável a intenção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de reduzir sua produção na conferência prevista para o fim de janeiro, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Apesar de muito comentada nos mercados de petróleo, a afirmação segundo a qual a demanda por petróleo cairá fortemente no segundo trimestre não faz sentido, advertiu a agência, encarregada da segurança energética dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) desde 1974.
“No mercado de petróleo, a idéia de queda da demanda no segundo trimestre está fadada ao fracasso. Na realidade, isso não passa de um mito. O mercado é complexo e está sujeito a incertezas geopolíticas e a estatísticas”, destacou.
A AIE está preocupada com a possibilidade de a Opep reduzir sua produção na próxima conferência, pois prevê uma forte alta da demanda por petróleo devido ao crescimento da China e dos Estados Unidos. O consumo deve aumentar 2,2% este ano, após uma alta de 1,3% em 2005.
A agência destacou também que o equilíbrio do mercado este ano dependerá também dos produtores não-membros da Opep: os imprevistos enfrentados pelos países da OCDE (furacões, panes, entre outros) devem ser menos freqüentes. Além disso, as perspectivas de crescimento da produção são favoráveis na Rússia, no Golfo do México, no Mar Cáspio, no oeste da África, assim como nos países da Opep. “De um modo geral, é possível que haja um pouco mais de flexibilidade para enfrentar os choques futuros sobre a demanda e a oferta”, comentou a AIE.
Contenção nos EUA
Os preços dos combustíveis estão muito altos e o presidente norte-americano, George W. Bush (foto), irá provavelmente sugerir formas de reduzi-los nas próximas semanas, afirmou nesta terça-feira o conselheiro econômico da Casa Branca, Al Hubbard.
“Obviamente desejamos que os preços não estejam a 60 dólares o barril”, afirmou Hubbard à CNBC, acrescentando que a gasolina e o gás natural também estão “muito altos”.
“Eu acho que (Bush) irá falar sobre algumas coisas muito interessantes sobre energia nas próximas três ou quatro semanas”, acrescentou. Ele não deu detalhes. Hubbard está liderando uma força-tarefa da Casa Branca para encontrar maneiras de conter os preços de energia.